São Paulo, domingo, 27 de setembro de 2009

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Semana do Leitor

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Joel Silva - 23.set.09/Folha Imagem
Tumulto na estação Sé do Metrô após um princípio de incêndio




Metrô

"Infelizmente, o tempo passa. Para as pessoas e para as matérias que utilizamos. É triste reconhecer, mas o metrô, que já foi orgulho para São Paulo, está sucateado, verdadeiramente no fim da linha. Enquanto o governo gasta o que tem e o que não tem em publicidade sobre investimentos em linhas, novos trens etc., a realidade é outra. Não sei se rezo mais forte quando entro no metrô ou se volto a usar o meu carro. É pena, mas essa é a realidade. Nosso metrô está sucateado. E tudo indica que a qualquer momento teremos acidentes de graves proporções."
IVO SIMON (São Paulo, SP)

"O transporte público em São Paulo atrasa a vida de milhares de paulistanos. O metrô quase diariamente para ou diminui a velocidade devido a problemas que vão de usuários na linha até defeitos nos trens.
Para ajudar, sempre acontece no horário de pico. Os ônibus saem superlotados: a prefeitura reduziu o valor de repasse às empresas de ônibus e, por isso, as empresas reduziram o número de ônibus, e algumas linhas foram extintas do dia para a noite. Já as lotações demoram a chegar e só saem dos terminais quando os passageiros já estão saindo pelas janelas.
Os usuários chegam atrasados no serviço, e esse valor é descontado no final do mês. Será que o Estado não deve arcar com esse ônus? Imagine se todos os usuários de transporte público resolvessem processar o Estado! A condução em São Paulo é uma das mais caras do Brasil. Nós não somos transportados gratuitamente. Resolver isso não é fácil. Sabemos que é muita gente para ser transportada, mas pedir para os usuários saírem de casa três horas antes não resolve o problema. Falta vontade política.
Os novos metrôs, que são mais confortáveis e estão estampados diariamente nas propagandas do governo do Estado, só circulam na linha verde -a linha da região da av. Paulista. A linha vermelha, que transporta as pessoas da zona leste, e a azul, da zona norte, continuam com os velhos trens."
KELLY FURUCHO (São Paulo, SP)

Cartórios
"A Câmara dos Deputados adiou a votação da PEC 471, do deputado João Campos (PSDB-GO), por perceber a ausência de quorum para votação.
Trata-se de proposta absolutamente imoral, fazendo o país retornar ao sistema dos cartórios hereditários, uma vez que efetiva os interinos dos cartórios de todo o país sem concurso público. Percebe-se que alguns deputados não conseguem mensurar a dimensão da afronta à Constituição de 1988 trazida por essa modificação, o desprezo ao princípio dos concursos públicos, o desrespeito a todos os brasileiros que terão seu direito tolhido.
Os favoráveis clamam ser a aprovação medida de justiça com os pais de família que até então se dedicaram aos cartórios que ocupam -falácia que não pode prosperar. Uma função pública não pode cair no colo de pessoas que não investem nas serventias, como se existisse usucapião do cargo, e só querem os lucros gerados e o emprego fácil para toda a família.
Se nossos congressistas têm coragem de inserir tamanho absurdo no nosso texto constitucional, debaixo de nossos olhos, esse não é o Brasil em que a maioria dos brasileiros honestos desejam viver."
LEANDRO AMARAL (São Paulo, SP)

Hino
"Muito oportuno o artigo de Carlos Heitor Cony sobre o hino nacional (24/9). A música do nosso hino é linda, mas a letra é muito longa e complexa. Estou farto de assistir a jogos em que nossos jogadores só balbuciam a letra. Muitos termos têm de ser traduzidos, como o caso de fúlgido, impávido, garrida, lábaro. Um hino, para ser nacional, tem de ser cantado e entendido por todos."
JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP)

"As palavras na letra do hino podem estar em desuso, porém seu significado não. Um pouco de boa vontade e patriotismo é suficiente para aprender a entender, admirar e cantar a letra, que de longe é uma das mais belas e coerentes do mundo.
Cabe a nós, brasileiros, zelar pela identificação e pela compreensão dos símbolos nacionais. Não precisamos de lei que obrigue as escolas a executar o hino e explicá-lo a nós, estudantes. Basta fazer isso em casa por livre e espontâneo patriotismo."
KEROLLAINE ELY DE PAULA SILVA (Carapicuíba, SP)

"A recente lambança de certa cantora com o hino nacional ainda rende comentários, e quero deixar o meu. A verdade é que pouquíssimos brasileiros sabem cantá-lo corretamente.
Além de uma letra "de difícil memorização e compreensão", como diz Cony, sua melodia é igualmente empolada. Peça-se a cem brasileiros que cantem o hino, e 99 o cantarão com erros.
Certa vez, querendo aprimorar o conhecimento do hino numa escola em que trabalhava, pedi que o regente da banda da Aeronáutica de minha cidade selecionasse um de seus músicos para ensiná-lo aos meus alunos. E não é que ele ensinou errado? Diante disso, proponho uma mudança. A partir de 2014, adotaremos como hino nacional a "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso.
Fácil memorização, melodia de acordo com a alma brasileira. Já pensou um Maracanã lotado cantando a "Aquarela" na abertura da final da Copa de 2014? O estádio viria abaixo! "Aquarela do Brasil" para hino nacional!"
LÍCIUS OSCAR LINDQUIST (Tatuí, SP)

Analfabetismo
"De acordo com a PNAD, São Paulo registrou aumento no número de crianças e adolescentes analfabetos. Somente agora estão descobrindo que uma aluna de dez anos memoriza letras e não lê placas? O atraso em educação em São Paulo já passa de 20 anos.
Os governos fingem investir na formação dos professores. Não basta dar uma sala de aula cheia de alunos e jogar o professor dentro com bom material, mas sem assessoria. É preciso que o professor saiba o que vai fazer lá. Para isso é necessário que os professores sejam testados também nas suas práticas pedagógicas.
Muitos estão no magistério por falta de opção, isso dificulta um trabalho alinhado com o projeto pedagógico das escolas, além das péssimas condições de trabalho e salários indecentes. De alguma forma esse estado de coisa interessa a alguém. Dirigir um povo analfabeto não dá trabalho."
IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP)



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