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Semana do Leitor
leitor@uol.com.br
Joel Silva - 23.set.09/Folha Imagem
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Tumulto na estação Sé do Metrô após um princípio de incêndio
Metrô
"Infelizmente, o tempo passa. Para as pessoas e para as
matérias que utilizamos. É triste reconhecer, mas o metrô,
que já foi orgulho para São Paulo, está sucateado, verdadeiramente no fim da linha. Enquanto o governo gasta o que
tem e o que não tem em publicidade sobre investimentos em
linhas, novos trens etc., a realidade é outra. Não sei se rezo
mais forte quando entro no metrô ou se volto a usar o meu carro. É pena, mas essa é a realidade. Nosso metrô está sucateado. E tudo indica que a qualquer momento teremos acidentes de graves proporções."
IVO SIMON (São Paulo, SP)
"O transporte público em
São Paulo atrasa a vida de milhares de paulistanos. O metrô
quase diariamente para ou diminui a velocidade devido a
problemas que vão de usuários
na linha até defeitos nos trens.
Para ajudar, sempre acontece
no horário de pico. Os ônibus
saem superlotados: a prefeitura
reduziu o valor de repasse às
empresas de ônibus e, por isso,
as empresas reduziram o número de ônibus, e algumas linhas foram extintas do dia para
a noite. Já as lotações demoram
a chegar e só saem dos terminais quando os passageiros já
estão saindo pelas janelas.
Os usuários chegam atrasados no serviço, e esse valor é
descontado no final do mês. Será que o Estado não deve arcar
com esse ônus? Imagine se todos os usuários de transporte
público resolvessem processar
o Estado! A condução em São
Paulo é uma das mais caras do
Brasil. Nós não somos transportados gratuitamente.
Resolver isso não é fácil. Sabemos que é muita gente para
ser transportada, mas pedir para os usuários saírem de casa
três horas antes não resolve o
problema. Falta vontade política.
Os novos metrôs, que são
mais confortáveis e estão estampados diariamente nas propagandas do governo do Estado, só circulam na linha verde
-a linha da região da av. Paulista. A linha vermelha, que transporta as pessoas da zona leste, e
a azul, da zona norte, continuam com os velhos trens."
KELLY FURUCHO (São Paulo, SP)
Cartórios
"A Câmara dos Deputados
adiou a votação da PEC 471, do
deputado João Campos
(PSDB-GO), por perceber a ausência de quorum para votação.
Trata-se de proposta absolutamente imoral, fazendo o país
retornar ao sistema dos cartórios hereditários, uma vez que
efetiva os interinos dos cartórios de todo o país sem concurso público.
Percebe-se que alguns deputados não conseguem mensurar a dimensão da afronta à
Constituição de 1988 trazida
por essa modificação, o desprezo ao princípio dos concursos
públicos, o desrespeito a todos
os brasileiros que terão seu direito tolhido.
Os favoráveis clamam ser a aprovação medida
de justiça com os pais de família que até então se dedicaram
aos cartórios que ocupam -falácia que não pode prosperar.
Uma função pública não pode cair no colo de pessoas que
não investem nas serventias,
como se existisse usucapião do
cargo, e só querem os lucros gerados e o emprego fácil para toda a família.
Se nossos congressistas têm coragem de inserir
tamanho absurdo no nosso texto constitucional, debaixo de
nossos olhos, esse não é o Brasil
em que a maioria dos brasileiros honestos desejam viver."
LEANDRO AMARAL (São Paulo, SP)
Hino
"Muito oportuno o artigo de
Carlos Heitor Cony sobre o hino nacional (24/9). A música
do nosso hino é linda, mas a letra é muito longa e complexa.
Estou farto de assistir a jogos
em que nossos jogadores só
balbuciam a letra. Muitos termos têm de ser traduzidos, como o caso de fúlgido, impávido,
garrida, lábaro. Um hino, para
ser nacional, tem de ser cantado e entendido por todos."
JOÃO HENRIQUE RIEDER (São Paulo, SP)
"As palavras na letra do hino
podem estar em desuso, porém
seu significado não. Um pouco
de boa vontade e patriotismo é
suficiente para aprender a entender, admirar e cantar a letra,
que de longe é uma das mais belas e coerentes do mundo.
Cabe
a nós, brasileiros, zelar pela
identificação e pela compreensão dos símbolos nacionais.
Não precisamos de lei que obrigue as escolas a executar o hino
e explicá-lo a nós, estudantes.
Basta fazer isso em casa por livre e espontâneo patriotismo."
KEROLLAINE ELY DE PAULA SILVA (Carapicuíba, SP)
"A recente lambança de certa
cantora com o hino nacional
ainda rende comentários, e
quero deixar o meu. A verdade
é que pouquíssimos brasileiros
sabem cantá-lo corretamente.
Além de uma letra "de difícil
memorização e compreensão",
como diz Cony, sua melodia é
igualmente empolada. Peça-se
a cem brasileiros que cantem o
hino, e 99 o cantarão com erros.
Certa vez, querendo aprimorar
o conhecimento do hino numa
escola em que trabalhava, pedi
que o regente da banda da Aeronáutica de minha cidade selecionasse um de seus músicos
para ensiná-lo aos meus alunos. E não é que ele ensinou errado? Diante disso, proponho
uma mudança. A partir de
2014, adotaremos como hino
nacional a "Aquarela do Brasil",
de Ary Barroso.
Fácil memorização, melodia de acordo com a
alma brasileira. Já pensou um
Maracanã lotado cantando a
"Aquarela" na abertura da final
da Copa de 2014? O estádio viria abaixo! "Aquarela do Brasil"
para hino nacional!"
LÍCIUS OSCAR LINDQUIST (Tatuí, SP)
Analfabetismo
"De acordo com a PNAD, São
Paulo registrou aumento no
número de crianças e adolescentes analfabetos. Somente
agora estão descobrindo que
uma aluna de dez anos memoriza letras e não lê placas?
O atraso em educação em São
Paulo já passa de 20 anos.
Os
governos fingem investir na
formação dos professores. Não
basta dar uma sala de aula cheia
de alunos e jogar o professor
dentro com bom material, mas
sem assessoria. É preciso que o
professor saiba o que vai fazer
lá. Para isso é necessário que os
professores sejam testados
também nas suas práticas pedagógicas.
Muitos estão no magistério
por falta de opção, isso dificulta
um trabalho alinhado com o
projeto pedagógico das escolas,
além das péssimas condições
de trabalho e salários indecentes. De alguma forma esse estado de coisa interessa a alguém.
Dirigir um povo analfabeto não
dá trabalho."
IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP)
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