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Semana do Leitor
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Fisionomia e caráter na política
"Diz o ditado popular que
quem vê cara não vê coração.
Mas Oscar Wilde, o esperto
escritor irlandês (1854-1900),
sempre afirmou que são tolos
aqueles que pensam que as aparências enganam.
Mais longe ainda foi o caracterologista italiano, também fisiognomista, Cesare Lombroso
(1835-1909) ao relacionar a
aparência física à saúde mental
das pessoas, especialmente das
criminosas.
Os eleitores não devem deixar de dar um pouco de crédito
às afirmações acima ao verem
as fisionomias e ao ouvirem os
discursos e as habituais mentiras de nossos futuros candidatos, especialmente daqueles
que já estão comprometidos
com a lei.
A melhor maneira de puni-los é colocá-los fora das urnas
eleitorais."
SAGRADO LAMIR DAVID (Juiz de Fora, MG)
Olhar estrangeiro
"Uma amiga estrangeira morou no Brasil no ano passado e,
por algum desvio de conduta,
lia os jornais todos os dias.
Pedia-me ajuda sobre alguns
temas (foi difícil explicar o
PMDB) e, já ao final da sua estadia, comentou, com pertinência impressionante: "Parece-me que as alianças políticas
neste país estão erradas. O lógico seria que o PSDB e o PT se
coligassem contra o fisiologismo e o ruralismo oligárquico da
aliança PDMB-DEM". Confesso que a ideia não me sai da cabeça, ainda mais agora, com o
festival Kassab-Arruda e a vergonha petista de apresentar
Renans e Sarneys."
MIRELLA VARGAS (São Paulo, SP)
Distrito Federal
"Diante de tantos desregramentos aos princípios insculpidos no artigo 37 da Constituição, que transformaram o governo do DF e a perdulária e
perniciosa Câmara do DF em
verdadeiros antros de corrupção, torna-se imperiosa uma
intervenção federal, nos termos de que trata o artigo 34 da
Constituição, bem como a realização de um plebiscito, nos
termos do artigo 14, para saber
se a população deseja ou não a
continuidade de tal autonomia.
Como cidadão brasiliense,
exijo que o futuro interventor
do DF cumpra os mesmos requisitos exigidos para a investidura no cargo de ministro do
TCU, constantes do artigo 73
da Constituição. Que esteja entre brasileiros que satisfaçam
os seguintes requisitos: "I - mais
de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos de idade;
II - idoneidade moral e reputação ilibada; III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros
ou de administração pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados
no inciso anterior".
Basta de tolerar o intolerável
e suportar o insuportável."
VASCO VASCONCELOS (Brasília, DF)
"Circo"
Richard Baum-14.fev.10/Reuters
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"Diante do incidente (ou acidente?) em que a baleia orca
matou a própria treinadora, pergunto: até quando o animal será usado em shows com o propósito de burlar o seu
instinto e desviar o seu habitat? A sociedade civil precisa
se organizar e exigir das autoridades leis que proíbam definitivamente a presença de animais nesses eventos. Como
perguntou a poeta Adalgisa Nery: "Num circo, nunca se
apoderou de ti, um amargor sutil/ Vendo animais amestrados/ E logo depois te mostrarem/ Seres humanos imitando um réptil?". Basta! Os animais merecem respeito."
REBECA GELSE RODRIGUES (São Paulo, SP)
Banalização
"No artigo "A banalização das
invasões" (24/2), a senadora
Kátia Abreu aborda um assunto contra o qual se manifestam
os brasileiros dignos: a falta de
segurança, que se vê em todos
os setores da sociedade e gera a
banalização da violência.
Exemplos? No futebol, torcedores depredando e se matando; na política, a rapinagem de
vultosas quantias; no trânsito,
mortes e acidentes bárbaros a
todo instante; na saúde, descaso com enfermos e atendimentos precários; na educação,
agressões e falta de respeito
com professores; no Judiciário,
processos e julgamentos morosos.
Tudo isso é a banalização do
país por seus dirigentes. Democracia é ótimo em país desenvolvido, onde cada um tem direitos e deveres e os exerce."
ODILON STEFANI (São Paulo, SP)
"Em seu artigo, a senadora
Kátia Abreu ignora a injusta e
histórica distribuição da terra
no país e sai em defesa dos interesses dos latifundiários. Como
presidente da CNA, deveria saber que não precisamos só da
grande propriedade e deveria
buscar alianças com o Incra e o
MST para debater uma política
agrícola de parcerias, com
apoio financeiro e técnico para
os assentados. Ela ainda banaliza as invasões de terra, qualificando todas de violentas. As invasões, única voz do trabalhador sem-terra, ocorrem devido
à lenta ação do governo federal
em realizar assentamentos. Os
dados mostram quem é o verdadeiro violentado no campo."
DIEGO H. CEBALLOS
(São José dos Campos, SP)
"É interessante como algumas pessoas atribuem uma polissemia às palavras. Na boca de
Kátia Abreu, democracia não
tem nada a ver com expressão
de outra voz, outra forma de ver
o mundo. Democracia para ela
é cumprir as leis que existem a
favor de latifundiários, donos
de imensas terras improdutivas. Parece que, para ela, a sua
democracia deve ser preservada a todo custo, para manter o
seu lugar privilegiado como
"proprietária". Claro que a democracia que eu quero deve
proteger a todos. Mas as "invasões" pacíficas, que são a maioria das "invasões" em terras improdutivas, são estratégias para
chamar ao diálogo, para chamar atenção sobre uma realidade excludente, perpetuadora
de privilégios.
Um país verdadeiramente
democrático tem espaço para a
pluralidade de vozes."
SORAYA FLEISCHER (Brasília, DF)
Marcha da Cerveja
"Por que as pessoas que se
posicionam contra manifestações democráticas como a
"Marcha do Orégano" também
não ficam ultrajadas com as
propagandas de bebidas alcoólicas (mais notadamente a cerveja) que são veiculadas na TV?
Não constituem essas peças
publicitárias verdadeiras apologias ao consumo de uma
substância entorpecente, ainda
que legalizada?
E se fosse a "Marcha da Cerveja" (que já passa diariamente
na TV), puxada por modelos e
atrizes famosas de biquíni e bebendo à vontade, será que haveria tentativas de proibição ou
mesmo polêmica?"
FLÁVIO GUIMARÃES DE LUCA (Limeira, SP)
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