São Paulo, domingo, 28 de fevereiro de 2010

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Semana do Leitor
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Fisionomia e caráter na política
"Diz o ditado popular que quem vê cara não vê coração. Mas Oscar Wilde, o esperto escritor irlandês (1854-1900), sempre afirmou que são tolos aqueles que pensam que as aparências enganam. Mais longe ainda foi o caracterologista italiano, também fisiognomista, Cesare Lombroso (1835-1909) ao relacionar a aparência física à saúde mental das pessoas, especialmente das criminosas.
Os eleitores não devem deixar de dar um pouco de crédito às afirmações acima ao verem as fisionomias e ao ouvirem os discursos e as habituais mentiras de nossos futuros candidatos, especialmente daqueles que já estão comprometidos com a lei.
A melhor maneira de puni-los é colocá-los fora das urnas eleitorais."
SAGRADO LAMIR DAVID (Juiz de Fora, MG)

Olhar estrangeiro
"Uma amiga estrangeira morou no Brasil no ano passado e, por algum desvio de conduta, lia os jornais todos os dias.
Pedia-me ajuda sobre alguns temas (foi difícil explicar o PMDB) e, já ao final da sua estadia, comentou, com pertinência impressionante: "Parece-me que as alianças políticas neste país estão erradas. O lógico seria que o PSDB e o PT se coligassem contra o fisiologismo e o ruralismo oligárquico da aliança PDMB-DEM". Confesso que a ideia não me sai da cabeça, ainda mais agora, com o festival Kassab-Arruda e a vergonha petista de apresentar Renans e Sarneys."
MIRELLA VARGAS (São Paulo, SP)

Distrito Federal
"Diante de tantos desregramentos aos princípios insculpidos no artigo 37 da Constituição, que transformaram o governo do DF e a perdulária e perniciosa Câmara do DF em verdadeiros antros de corrupção, torna-se imperiosa uma intervenção federal, nos termos de que trata o artigo 34 da Constituição, bem como a realização de um plebiscito, nos termos do artigo 14, para saber se a população deseja ou não a continuidade de tal autonomia.
Como cidadão brasiliense, exijo que o futuro interventor do DF cumpra os mesmos requisitos exigidos para a investidura no cargo de ministro do TCU, constantes do artigo 73 da Constituição. Que esteja entre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: "I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; II - idoneidade moral e reputação ilibada; III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública; IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior". Basta de tolerar o intolerável e suportar o insuportável."
VASCO VASCONCELOS (Brasília, DF)

"Circo"
Richard Baum-14.fev.10/Reuters
"Diante do incidente (ou acidente?) em que a baleia orca matou a própria treinadora, pergunto: até quando o animal será usado em shows com o propósito de burlar o seu instinto e desviar o seu habitat? A sociedade civil precisa se organizar e exigir das autoridades leis que proíbam definitivamente a presença de animais nesses eventos. Como perguntou a poeta Adalgisa Nery: "Num circo, nunca se apoderou de ti, um amargor sutil/ Vendo animais amestrados/ E logo depois te mostrarem/ Seres humanos imitando um réptil?". Basta! Os animais merecem respeito."
REBECA GELSE RODRIGUES (São Paulo, SP)

Banalização
"No artigo "A banalização das invasões" (24/2), a senadora Kátia Abreu aborda um assunto contra o qual se manifestam os brasileiros dignos: a falta de segurança, que se vê em todos os setores da sociedade e gera a banalização da violência.
Exemplos? No futebol, torcedores depredando e se matando; na política, a rapinagem de vultosas quantias; no trânsito, mortes e acidentes bárbaros a todo instante; na saúde, descaso com enfermos e atendimentos precários; na educação, agressões e falta de respeito com professores; no Judiciário, processos e julgamentos morosos.
Tudo isso é a banalização do país por seus dirigentes. Democracia é ótimo em país desenvolvido, onde cada um tem direitos e deveres e os exerce."
ODILON STEFANI (São Paulo, SP)

 

"Em seu artigo, a senadora Kátia Abreu ignora a injusta e histórica distribuição da terra no país e sai em defesa dos interesses dos latifundiários. Como presidente da CNA, deveria saber que não precisamos só da grande propriedade e deveria buscar alianças com o Incra e o MST para debater uma política agrícola de parcerias, com apoio financeiro e técnico para os assentados. Ela ainda banaliza as invasões de terra, qualificando todas de violentas. As invasões, única voz do trabalhador sem-terra, ocorrem devido à lenta ação do governo federal em realizar assentamentos. Os dados mostram quem é o verdadeiro violentado no campo."
DIEGO H. CEBALLOS
(São José dos Campos, SP)

 

"É interessante como algumas pessoas atribuem uma polissemia às palavras. Na boca de Kátia Abreu, democracia não tem nada a ver com expressão de outra voz, outra forma de ver o mundo. Democracia para ela é cumprir as leis que existem a favor de latifundiários, donos de imensas terras improdutivas. Parece que, para ela, a sua democracia deve ser preservada a todo custo, para manter o seu lugar privilegiado como "proprietária". Claro que a democracia que eu quero deve proteger a todos. Mas as "invasões" pacíficas, que são a maioria das "invasões" em terras improdutivas, são estratégias para chamar ao diálogo, para chamar atenção sobre uma realidade excludente, perpetuadora de privilégios.
Um país verdadeiramente democrático tem espaço para a pluralidade de vozes."
SORAYA FLEISCHER (Brasília, DF)

Marcha da Cerveja
"Por que as pessoas que se posicionam contra manifestações democráticas como a "Marcha do Orégano" também não ficam ultrajadas com as propagandas de bebidas alcoólicas (mais notadamente a cerveja) que são veiculadas na TV? Não constituem essas peças publicitárias verdadeiras apologias ao consumo de uma substância entorpecente, ainda que legalizada?
E se fosse a "Marcha da Cerveja" (que já passa diariamente na TV), puxada por modelos e atrizes famosas de biquíni e bebendo à vontade, será que haveria tentativas de proibição ou mesmo polêmica?"
FLÁVIO GUIMARÃES DE LUCA (Limeira, SP)






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