São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

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PASSAGEM

Império de sentidos

por GUILHERMINA GUINLE

VOLTA AO Oriente em 45 dias: em um roteiro QUE SÓ A LEVOU PARA LUGARES EM QUE NUNCA ESTIVERA ANTES, a atriz viajou com o pai à Tailândia, ao Laos, ao Camboja e ao Vietnã

Meu desejo era fazer uma viagem para lugares distantes e exóticos, onde eu nunca tinha estado antes. É isto o que espero cada vez mais das minhas viagens: que me levem para onde eu nunca fui. Queria ir sozinha, mas não completamente, e descobri uma agência bacana no Rio que faz roteiros incríveis. Incluí-me em um grupo de seis pessoas rumo à Tailândia, ao Vietnã, ao Laos e ao Camboja. Meu pai soube do meu "projeto Ásia" e decidiu ir também -e foi ótimo. Viagens com o pai vão se tornando cada vez mais raras depois de uma certa idade.

O vôo de ida nos levou de Paris a Bangcoc, na Tailândia, onde vimos o Grande Palácio, com torres inteiras cobertas de ouro, e o mercado das flores, com ruas e ruas perfumadas. O hotel era lindo, Oriental Bangcok, todo ao ar livre, com quartos à beira do rio Chao Phraya. Para ir ao spa, você cruza o rio em um barco todo enfeitado. Adoro spas de hotéis e suas massagens. Fiz também aquele programa noturno típico tailandês: ver as mulheres fazendo arte e jogando pingue-pongue com suas respectivas vaginas.

RUÍNAS, CERVEJA E SOL

No Camboja desembarcamos em Phnom Penh, de pobreza assustadora. Só quando cheguei à próxima cidade, Siem Reap, entendi por que as pessoas viajam até tão longe para ver o Camboja. Visitamos as ruínas dos templos hindus de Angkor Wat, construídos em 1112. Absolutamente divinas. Impressionou-me o fato de que você pode subir em tudo, sentar em cima, os jovens se instalam ali à tarde para tomar cerveja e ver o pôr-do-sol. Não era o caso de limitar o acesso e protegê-las dos turistas?

A luta pela sobrevivência também é criativa, e tirei milhares de fotos nas favelinhas flutuantes no rio Mekong. As crianças são atrações turísticas, seja atravessando o rio a remo dentro de uma bacia seja colocando a cabeça de uma cobra dentro da boca. Tudo para eles é "one dollar, one dollar", que pedem para qualquer pessoa que se aproxima.

No Laos me encantei com Luang Prapang, cidadezinha no meio do nada que lembra Paraty, onde não se anda de carro. Do Vietnã nós vimos a capital, Hanói, além de Danang, Hoi An e Saigon, que hoje se chama Ho Chi Minh. São chocantes os 200 quilômetros de túneis que eles cavaram na época da guerra contra os Estados Unidos, um dos elementos-supresa que garantiram a vitória dos minúsculos vietcongues sobre os bem-nutridos americanos. Eles eram verdadeiros homens-tatus, vivendo escondidos em um lugar onde mal dá para entrar e muito menos passar mais de um minuto sem ter ataque de claustrofobia.

Para terminar, eu e meu pai fomos por nossa conta para a ilha de Phuket, na Tailândia. Precisava de uns dias para relaxar, rever as fotos, absorver toda a informação. Hospedei-me em um dos hotéis mais lindos que já vi na vida, o Amanpuri, banhado por um mar azul turquesa inacreditável. Parece um condomínio, onde você circula de carrinho de golfe. Além dos bangalôs, existe a opção de ficar nas vilas, onde você aluga uma casa inteira, e foi o que fizemos. Ali tínhamos uma piscina só para nós e duas pessoas para cuidar exclusivamente da gente: um cozinheiro maravilhoso e um outro que só faltava ler o nosso pensamento. A sensação era de estar no paraíso mesmo.

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