OUTRO LADO

Renato Lopes

por RENATA SIMÕES

meditador urbano e DJ

Veterano da cena eletrônica brasileira, Renato Lopes estreou nos toca-discos nos anos 80. Trabalhava numa rádio durante o dia, discotecava à noite. "A quantidade de informação me fez buscar a introspecção", diz. Desde a década de 90, freqüenta o Mahabudi, centro budista tibetano em São Paulo, onde, há quatro anos, cursa o programa fundamental para se aprofundar nos estudos da doutrina budista.

A religião funciona como ponto de equilíbrio à vida de badalação. "É fácil ser vítima do hype, do auto-apreço, e sofrer quando não os tiver mais." Renato carrega o mala (terço para recitação de mantras) e pratica sua crença em qualquer lugar. "Não é preciso se enfiar na caverna para obter avanço espiritual. Todo mundo tem cachorro, família, trabalho. No meio disso, você tem de encontrar espaço para exercitar alguma espiritualidade, que, provavelmente, vai beneficiar todo o resto."

Seu outro lado pode um dia se tornar o principal. "Aprofundar os estudos pode virar ordenação no futuro, mas não dá para determinar nada agora." Por enquanto, ele usa a espiritualidade para lidar melhor com os chatos da noite. "Tento me lembrar de que são pessoas buscando felicidade. Hoje, estou dando música, amanhã, pode ser Dharma (ensinamentos de Buda)", conclui.

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