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De volta à graduação
Ednalva Vidoto tinha 16 anos
quando prestou vestibular para o
curso de física na USP de São Carlos (SP). Pelo tanto que tinha estudado, sabia que ia ser aprovada. E
foi. Dali em diante, seguiu em frente na universidade: estudou sem
parar até o fim do pós-doutorado
em ressonância magnética nuclear. Aos 30 anos, porém, parou
tudo e voltou ao começo: o vestibular. Hoje, cursa o terceiro ano
de fisioterapia na Unip (Universidade Paulista) de Campinas (SP).
Ednalva diz estar muito satisfeita
com o novo curso: "Estou mais
perto da população".
"A universidade fica distante
das pessoas, em especial na física, que passa a impressão de não
fazer parte do dia-a-dia", explica.
Mesmo desgostosa, ela prestou
três concursos para ser professora, mas não foi aprovada. A iniciativa privada estava longe dos seus
sonhos. "Em empresas, um físico
só trabalha com pesquisa básica.
Estava acostumada com os equipamentos de ponta da USP."
Quando a bolsa de pós-doutorado terminou, Ednalva percebeu
que, na universidade, ela nunca
aprendeu que a vida era muito
maior do que os livros.
Depois de refletir, deixou todos
os anos de estudo de lado, esqueceu as glórias acadêmicas, vendeu o carro e cortou as despesas
para poder enfrentar o período de
transição. Em seguida, inscreveu-se em um curso de massagem.
Gostou tanto da experiência que o
vestibular para fisioterapia foi
uma opção natural.
Hoje, Ednalva trabalha no negócio da família, uma academia de
ginástica, e mora com a irmã e o
cunhado. "Ainda gosto de física e
sou apaixonada por pesquisa,
mas um dia posso fazê-la na fisioterapia. Quem sabe ainda não faço outro doutorado?" (LF)
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