São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2005

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De volta à graduação

Ednalva Vidoto tinha 16 anos quando prestou vestibular para o curso de física na USP de São Carlos (SP). Pelo tanto que tinha estudado, sabia que ia ser aprovada. E foi. Dali em diante, seguiu em frente na universidade: estudou sem parar até o fim do pós-doutorado em ressonância magnética nuclear. Aos 30 anos, porém, parou tudo e voltou ao começo: o vestibular. Hoje, cursa o terceiro ano de fisioterapia na Unip (Universidade Paulista) de Campinas (SP). Ednalva diz estar muito satisfeita com o novo curso: "Estou mais perto da população".
"A universidade fica distante das pessoas, em especial na física, que passa a impressão de não fazer parte do dia-a-dia", explica. Mesmo desgostosa, ela prestou três concursos para ser professora, mas não foi aprovada. A iniciativa privada estava longe dos seus sonhos. "Em empresas, um físico só trabalha com pesquisa básica. Estava acostumada com os equipamentos de ponta da USP."
Quando a bolsa de pós-doutorado terminou, Ednalva percebeu que, na universidade, ela nunca aprendeu que a vida era muito maior do que os livros.
Depois de refletir, deixou todos os anos de estudo de lado, esqueceu as glórias acadêmicas, vendeu o carro e cortou as despesas para poder enfrentar o período de transição. Em seguida, inscreveu-se em um curso de massagem. Gostou tanto da experiência que o vestibular para fisioterapia foi uma opção natural.
Hoje, Ednalva trabalha no negócio da família, uma academia de ginástica, e mora com a irmã e o cunhado. "Ainda gosto de física e sou apaixonada por pesquisa, mas um dia posso fazê-la na fisioterapia. Quem sabe ainda não faço outro doutorado?" (LF)


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