1. D) Muitos contos que ficaram conhecidos por contos de fadas não têm fadas em suas narrativas, como "Chapeuzinho Vermelho", "O Pequeno Polegar" e "O Gato de Botas". No entanto, todos têm em comum o insólito, o sobrenatural, os objetos e os seres que não podem ser explicados à luz da racionalidade, como tapetes mágicos, animais que falam, bruxas e ogros. O termo "maravilhoso" vem do latim "mirabilia", que significa "tudo aquilo que podemos admirar com os olhos".

2. D) Durante a Idade Média, na Europa, principalmente na França, a população presenciava, impotente, a morte de crianças. Nesse contexto proliferaram os contos maravilhosos. Tome-se "João e Maria" como exemplo: duas crianças são abandonadas em uma floresta e encontram uma casa feita de doce. A moradora, uma bruxa, aprisiona as crianças para comê-las. Na Idade Média, a fome exterminava os camponeses, daí a imagem de João e Maria expostos a todos os perigos.

3. A) Para o francês Jacques le Goff, grande estudioso da Idade Média, os contos maravilhosos desempenhavam um papel de extrema importância: por essas narrativas, o camponês sofrido e explorado inventava uma outra realidade. Por isso, Le Goff afirma que o maravilhoso era, possivelmente, a única forma de aliviar o fardo de uma vida de trabalho árduo e injusto.

4. D) Em abril deste ano, comemora-se o bicentenário do nascimento do dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875), homenageado pela Imperatriz Leopoldinense.

5. B) Walt Disney apostou todo o seu dinheiro na realização de "Branca de Neve" e teria falido se o filme tivesse sido um fracasso. A estréia foi um sucesso tão grande que ele não só pagou suas dívidas como pôde dar início à construção de seu estúdio.

6. C) As histórias de Sherazade foram reunidas na coletânea "As Mil e Uma Noites". Provavelmente, essas narrativas já se encontravam reunidas nos países árabes desde o século 8º, mas vieram a público no Ocidente apenas no século 18, pelo trabalho do francês Antoine Galland.

7. A) Na Idade Média, as pessoas acreditavam no sobrenatural, nas forças maléficas e na existência de pessoas vindas do inferno -principalmente as mulheres conhecidas como feiticeiras ou esposas de Satã, daí a presença maciça da bruxaria nos contos de fadas. A partir do século 11, a igreja passou a considerar herege todo aquele que se colocava contra a ideologia cristã e instaurou os Tribunais do Santo Ofício (ou Tribunais da Inquisição). As pessoas tidas como hereges eram queimadas em grandes fogueiras montadas em lugares públicos.

8. C) O psicanalista infantil Bruno Bettelheim nasceu na Áustria, em 1903, viveu um ano em um campo de concentração nazista e depois foi para os EUA, onde trabalhou com crianças que tinham graves problemas mentais, utilizando os contos de fadas como material terapêutico. Sua teoria pode ser lida no famoso livro "A Psicanálise dos Contos de Fadas" (Paz e Terra, 368 págs., R$ 49,50).

9. C) O francês Charles Perrault ficou conhecido por compilar histórias maravilhosas. Ele recolhia os contos da boca de sua governanta e os contava na corte do rei Luís 14, o rei Sol, para agradar às damas durante os saraus.

10. B) Luís da Câmara Cascudo foi um dos mais importantes pesquisadores da cultura popular brasileira. Nascido em Natal (RN), escreveu vários livros sobre o tema, entre eles "Contos Tradicionais do Brasil" (Global, 320 págs., R$ 45), além de outros títulos sobre os costumes, a religião, a alimentação e as crenças do povo brasileiro.

se você acertou:

de 0 a 3 respostas) Não desanime. Além de ler os próprios contos originais, leia "O Conto de Fadas - Símbolos, Mitos e Arquétipos" (DCL, 160 págs., R$ 21), de Nelly Novaes Coelho. O site www.graudez.com.br/litinf também traz várias informações sobre contos maravilhosos. Se tiver filhos pequenos, aproveite a desculpa e assista a um filme da Disney com eles.

de 4 a 7 respostas) Logo você poderá se considerar um mago ou uma bruxa. Se gostou do assunto e quiser conhecer mais, vale a pena ler "As Bruxas Noivas de Satã", de Jean Michel Sallmann (Objetiva, 192 págs., R$ 35,90).

de 8 a 10 respostas) Você conhece a floresta de "Chapeuzinho Vermelho" como a palma da mão. "As Raízes Históricas do Conto Maravilhoso", de Vladimir Propp (Martins Fontes, 496 págs., R$ 57,50) é uma boa leitura se quiser se aprofundar. Há ainda o curso gratuito de pós-graduação "lato sensu" Caminhos e Leituras da Literatura Infantil e Juvenil, promovido pela Faculdade de Letras da UFRJ (www.letras.ufrj.br).


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