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Japonês quer construir a 'Nintendo do século 21'

'Zuckerberg asiático' sonha em alcançar 1 bilhão de pessoas

Executivo diz que preço proibitivo de games em mercados emergentes dá força aos jogos feitos para smartphones

DE SÃO PAULO

Quando criança, Yoshikazu Tanaka, 35, o fundador do Gree, era viciado em videogame. Mais precisamente, no NES, da Nintendo.

Quase três décadas e muitas partidas de videogame depois, o executivo tem a ambição de transformar o Gree, sua rede social de jogos, na "Nintendo do século 21".

"Quando meus pais compraram o NES, joguei por um dia inteiro. Minha família achava que era perda de tempo, mas eu tinha paixão pelos jogos. Por isso sou bem-sucedido hoje", diz Tanaka.

A fonte de inspiração que ele usou para criar o Gree foi a mesma de Zuckerberg para o Facebook: o Friendster, rede social criada em 2003.

Mas o gosto de Tanaka pelos games foi decisivo na guinada do Gree para os jogos móveis. A mudança ocorreu em 2007, três anos após a criação do site, até então uma rede social comum, com apenas 1 milhão de usuários.

"Eu fui inspirado pela Nintendo e pretendo expandir minha empresa globalmente, como ela. Gostaria de poder atingir a mesma meta de cerca de 80% das vendas no exterior e 20% das vendas no Japão", conta o executivo.

Tanaka sonha em fazer seus jogos chegarem a 1 bilhão de pessoas no mundo -número não muito maior do que os atuais 955 milhões de cadastrados no Facebook.

Para isso, conta com o potencial dos smartphones. "Os jogos eletrônicos são a maior indústria de entretenimento do mundo, maior do que o mercado de música ou de cinema. Mas temos só 200 milhões de jogadores no mundo", diz o japonês.

"Hoje, os smartphones são usados por cerca de 2 bilhões de pessoas. Se todos fossem usados para jogos, o número de jogadores poderia ser dez vezes o atual", diz.

NO BRASIL

A indústria de jogos é um grande mercado no Japão, em parte graças aos preços, acessíveis para a maioria dos japoneses. Mas, em economias emergentes, como o Brasil, o valor dos títulos ainda é proibitivo. Tanaka planeja explorar isso, já que a maioria dos jogos do Gree é gratuita.

"O Brasil é um país-chave em nossa estratégia, uma vez que os games de console são bem caros por aí. Por outro lado, o país está cheio de celulares, e os smartphones estão cada vez mais comuns, além da população ser jovem e colossal. É o panorama perfeito para o crescimento do Gree", analisa Tanaka.

A filial no Brasil foi aberta em fevereiro, e, desde então, a equipe de Tanaka veio ao país duas vezes. Fez reuniões e contratou os funcionários que cuidarão do lançamento de cem jogos até o fim do ano.

(ALEXANDRE ORRICO)

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