Índice geral Tec
Tec
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Com dois sistemas em um, novo Windows deixa a desejar

Interfaces funcionam bem separadamente, mas integração é ruim

Visual metro, ótimo para tela sensível ao toque, interfere na área de trabalho, que vai melhor com teclado e mouse

EMERSON KIMURA
DE SÃO PAULO

Usuários do mundo inteiro estão habituados ao visual do Windows. A estrutura de sua interface, com o menu Iniciar e a barra de tarefas, pouco mudou desde a versão 95.

Agora, 17 anos depois, a Microsoft lança um sistema com aparência renovada, o Windows 8. A nova versão, porém, não abandona totalmente o visual antigo. Em vez disso, apresenta duas interfaces.

Uma usa o estilo Metro (codinome que deve dar lugar a nomes comerciais ainda não divulgados) e chama a atenção por elementos grandes e amigáveis ao toque. A outra, que aparece sob o nome de Área de Trabalho, é semelhante à do Windows 7.

Elas funcionam bem em distintas situações de uso. A nova é ótima em equipamentos com telas sensíveis ao toque, enquanto a Área de Trabalho é melhor para operação com teclado e mouse.

Essa dualidade não se limita às interfaces. Os apps oferecem visual e recursos diferentes dependendo de onde estão.

O Metro possui uma ótima experiência de uso com toque. Os comandos não são intuitivos, mas é fácil se acostumar.

Os aplicativos Metro, em geral, oferecem menos recursos do que programas que funcionam na Área de Trabalho. Muitos não têm menus ou barras de ferramenta aparentes.

Faz sentido. O Metro é um visual voltado a tablets, que funcionam melhor para consumo do que para criação de conteúdo. Menus e barras são úteis em situações que requerem maior produtividade -e, nesse caso, o Windows 8 tem a Área de Trabalho.

Em tese, portanto, o sistema apresenta o melhor dos dois mundos: uma bela interface para toque e o consolidado ambiente para teclado e mouse. Na prática, porém, o resultado deixa a desejar.

A integração entre as duas interfaces não é fluida, o que dá ao Windows 8 um ar de trabalho inacabado.

A melhor experiência ocorre quando você consegue usar apenas uma das interfaces. Mas isso é muito difícil -frequentemente, uma invade o espaço da outra.

Na Área de Trabalho surgem notificações no estilo Metro, e o usuário tem de mudar de interface para utilizar funções simples, como a busca. Muitas configurações e ferramentas do sistema, por sua vez, não têm versão Metro -só abrem na Área de Trabalho.

O Internet Explorer 10 oferece versões separadas para o Metro e a Área de Trabalho, mas elas não se comunicam direito. Abas e favoritos, por exemplo, não podem ser sincronizados entre elas.

A Microsoft provavelmente sabe que a integração não oferece, ainda, uma experiência de uso ideal. Por que a empresa fez isso, em vez de adotar o modelo da Apple, com um sistema para PCs (OS X) e outro para tablets (iOS)?

A Microsoft demonstra apostar na convergência de computadores e dispositivos móveis, com PC e tablet reunidos em um só aparelho. O sistema com duas interfaces, então, faz muito sentido.

Além disso, ao incluir o Metro em todas as versões do Windows 8, a empresa apresenta sua nova interface para uma grande base de consumidores -os usuários de PC, que ainda são bem mais numerosos do que os de tablets.

E vale a pena comprar o Windows 8?

Quem adquirir um PC novo com o sistema da Microsoft não terá muita opção -o número de máquinas novas com Windows 7 diminuirá bem.

A escolha é mais complicada para quem cogita atualizar o PC. O Windows 8 oferece melhor desempenho e mais segurança, mas também uma interface controversa. Se você acha que o Metro pode incomodá-lo, talvez seja melhor esperar a Microsoft melhorar a integração entre interfaces.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.