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Moradores de rua se distraem na rede
Postos com computador espalhados por São Paulo entram na rotina de quem mora em albergues ou na rua
Eles usam a rede para
jogar, visitar o Orkut,
conferir e-mails,
acompanhar futebol e
procurar emprego
DE SÃO PAULO
Charles Pitts é um morador de rua na cidade de San
Francisco, mas isso não o impede de se manter conectado. Ele diz conhecer vários
locais secretos na cidade, onde pode usar energia elétrica
e internet sem fio sem pagar
por nada, segundo o "Wall
Street Journal".
No Brasil, o quadro é parecido. Moradores de rua e de
albergues de São Paulo passam suas tardes em postos
espalhados por todo o Estado, vendo seus e-mails, jogando, estudando e procurando empregos.Tudo isso
sem gasto nenhum, apenas
fazendo um cadastro.
"O morador de rua geralmente fica o dia todo [no posto], principalmente durante
a tarde", explica Pedro de Faria, 63, que trabalha há sete
meses no projeto. Ele conta
que alguns deles chegam ao
local carregados de sacolas,
trazendo tudo o que têm.
Jorge Nunes da Silva, morador de um albergue na Bela
Vista, diz que usa seus minutos no computador para tentar decolar na política.
Já Ancelmo Moreira Silva,
32, vivendo em albergues
desde que se separou da mulher, inclui em sua rotina as
oficinas no albergue e tardes
na internet. Nos computadores, não esconde sua preferência: os jogos, especialmente a sinuca on-line. Além
disso, pela web, ele acompanha notícias sobre seu time
de futebol, o São Paulo.
(AMANDA DEMETRIO)
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