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OPINIÃO KINECT
Difícil é imitar a ginga de Lady Gaga
Kinect é um avanço notável, mas isso não quer dizer que eu vá comprá-lo
BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA
Não sei direito se ser piloto
de provas de videogame aos
53 anos é ocorrência a ser comemorada ou profundamente lamentada. Fato está que o
caderno Tec mandou que eu
fosse testar o novo Kinect e lá
fui eu cumprir a tarefa como
se estivesse embarcando de férias para a Disney.
Indiscutivelmente, o acessório representa um upgrade
em relação ao Wii, que eu tenho em casa e jogo ao menos
uma vez por semana, muitas
vezes depois de sofrer coerção violenta por parte de um
rapazinho de cinco anos.
O visual -que eu descreveria como um HD festivo-
do Kinect e a liberdade de
movimentos que a ausência
do controle remoto proporcionam são avanços notáveis
em relação a qualquer jogo de computador.
Mas isso não garante que
você irá me encontrar na fila
do caixa amanhã, quando o
jogo começa a ser vendido,
disposta a desembolsar os R$ 599 do preço de lançamento.
Para quem tem filhos hiperativos, que precisam estar
sempre em movimento, para
os que possuem amplas salas
de estar e coincidentemente
não têm animais de estimação que se fazem presentes a
cada instante, o Kinect pode ser a pedida.
Mas nenhuma dessas instâncias se aplica a mim. Não
quero jogos que me façam
pular ou repetir movimentos
bruscos -minha especialidade é o Wii Tennis, que uso
para treinar meu jogo em
quadra. Também não tenho
uma sala espaçosa, jogar a
dois no meu mocó nem mesmo com boa vontade.
E como explico ao meu cão
e personal trainer, Pacheco
Pafúncio, também conhecido como "Segue Anexo", que
não é para ficar passando na
frente do sensor do Kinect o tempo todo?
No meu test drive, começamos criando o avatar desta
humilde datilógrafa. Não encontrei no menu minha boca
de perdigueiro nem meus
olhos sexy. No Wii, mesmo o
Mii sendo uma caricatura, o menu é mais variado.
Uma vez criado o (no meu
caso) arremedo, o comando
passa a reconhecer a sua
imagem toda vez que você se
posicionar diante da tela com a intenção de jogar.
Iniciamos o jogo pelo boxe, muito semelhante ao do
Wii, mas com a vantagem de
que não há Numchuk para atrapalhar.
Depois passamos para um
joguinho de dança, e eu tive
de interromper a sequência a
fim de explicar ao rapaz da
Microsoft que, por mais que
tentem, senhoras obesas de
meia idade não conseguem
imitar a ginga da Lady Gaga.
Em seguida, veio o mais
eletrizante dos jogos testados, que faz parte do pacote
Adventures: a descida de corredeira. Você vai de pé em
um bote inflável descendo
um rio, desviando de obstáculos e pulando rampas. E
assim que cruza a linha de
chegada tem a opção de
apreciar instantâneos do jogador, tirados nos momentos
mais cruciais da ação e que
podem ser compartilhados
por e-mail. Ainda bem que
não fui fotografada enquanto
dançava "Poker Face", não é
mesmo?
FOLHA.com
Veja Barbara Gancia testando o Kinect
folha.com/mm830006
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