São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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OPINIÃO KINECT

Difícil é imitar a ginga de Lady Gaga

Kinect é um avanço notável, mas isso não quer dizer que eu vá comprá-lo

BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA

Não sei direito se ser piloto de provas de videogame aos 53 anos é ocorrência a ser comemorada ou profundamente lamentada. Fato está que o caderno Tec mandou que eu fosse testar o novo Kinect e lá fui eu cumprir a tarefa como se estivesse embarcando de férias para a Disney.
Indiscutivelmente, o acessório representa um upgrade em relação ao Wii, que eu tenho em casa e jogo ao menos uma vez por semana, muitas vezes depois de sofrer coerção violenta por parte de um rapazinho de cinco anos.
O visual -que eu descreveria como um HD festivo- do Kinect e a liberdade de movimentos que a ausência do controle remoto proporcionam são avanços notáveis em relação a qualquer jogo de computador.
Mas isso não garante que você irá me encontrar na fila do caixa amanhã, quando o jogo começa a ser vendido, disposta a desembolsar os R$ 599 do preço de lançamento.
Para quem tem filhos hiperativos, que precisam estar sempre em movimento, para os que possuem amplas salas de estar e coincidentemente não têm animais de estimação que se fazem presentes a cada instante, o Kinect pode ser a pedida.
Mas nenhuma dessas instâncias se aplica a mim. Não quero jogos que me façam pular ou repetir movimentos bruscos -minha especialidade é o Wii Tennis, que uso para treinar meu jogo em quadra. Também não tenho uma sala espaçosa, jogar a dois no meu mocó nem mesmo com boa vontade.
E como explico ao meu cão e personal trainer, Pacheco Pafúncio, também conhecido como "Segue Anexo", que não é para ficar passando na frente do sensor do Kinect o tempo todo?
No meu test drive, começamos criando o avatar desta humilde datilógrafa. Não encontrei no menu minha boca de perdigueiro nem meus olhos sexy. No Wii, mesmo o Mii sendo uma caricatura, o menu é mais variado.
Uma vez criado o (no meu caso) arremedo, o comando passa a reconhecer a sua imagem toda vez que você se posicionar diante da tela com a intenção de jogar.
Iniciamos o jogo pelo boxe, muito semelhante ao do Wii, mas com a vantagem de que não há Numchuk para atrapalhar.
Depois passamos para um joguinho de dança, e eu tive de interromper a sequência a fim de explicar ao rapaz da Microsoft que, por mais que tentem, senhoras obesas de meia idade não conseguem imitar a ginga da Lady Gaga.
Em seguida, veio o mais eletrizante dos jogos testados, que faz parte do pacote Adventures: a descida de corredeira. Você vai de pé em um bote inflável descendo um rio, desviando de obstáculos e pulando rampas. E assim que cruza a linha de chegada tem a opção de apreciar instantâneos do jogador, tirados nos momentos mais cruciais da ação e que podem ser compartilhados por e-mail. Ainda bem que não fui fotografada enquanto dançava "Poker Face", não é mesmo?

FOLHA.com
Veja Barbara Gancia testando o Kinect
folha.com/mm830006


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