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Myspace luta contra a perda de popularidade
Antiga maior rede social do planeta, empresa teve ano decisivo em 2006
Executivo afirma que os prejuízos do site são "inaceitáveis'; tráfego encolhe enquanto a concorrência cresce
BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Pouco mais de cinco anos
após gastar US$ 580 milhões
na sua aquisição, a News
Corp descobriu: o Myspace é
um problema.
Há duas semanas, o presidente do grupo, Chase Carey,
disse que os prejuízos do site
são "inaceitáveis e insustentáveis". Os resultados do
Myspace, segundo Carey, serão medidos "em trimestres e
não em anos".
O declínio, porém, parece
inevitável. A cada mês, o tráfego encolhe e a concorrência cresce. Em outubro deste
ano, segundo a comScore, o
número de visitantes únicos
do Myspace caiu 9% em relação ao mesmo período do
ano passado. Já o Facebook e
o Twitter cresceram respectivamente 55% e 26%.
E essas perdas já foram
piores. Em janeiro de 2009,
por exemplo, o Myspace encolheu 28%, enquanto o Facebook cresceu 149% -os
números são da Hitwise.
De fato, o ano decisivo na
trajetória do Myspace foi
2006. Até setembro daquele
ano, o Facebook era um dinossauro confinado em uma
gaiola, pois era restrito a universitários americanos.
O Myspace, por outro lado,
vivia seu momento mais glorioso: maior rede social do
mundo, patrocinador de
shows de rock, dono de programa na TV inglesa e semeador de escritórios regionais pelo mundo, inclusive
no Brasil. Parecia mesmo que
Rupert Murdoch, o dono da
News Corp, tinha um bilhete
premiado nas mãos.
Mas já naquela época, a rede social carregava rótulos e
problemas que ainda persistem: interface complicada e
santuário de spam.
Além disso, o Myspace demorou a abrir sua plataforma
para que desenvolvedores
independentes criassem
aplicativos -fator importante para o sucesso do Facebook, que hoje tem mais de
500 milhões de usuários.
Com a sangria de participantes e perdas financeiras,
vieram as demissões, o fechamento de escritórios
mundiais (o brasileiro incluso) e troca constante de executivos (os últimos dois presidentes ficaram menos de
um ano no cargo).
Agora, após reformular o
site e o logotipo, aquela que
já foi a maior rede social do
mundo tenta emplacar como
site de entretenimento. Será
tarde demais?
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