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Nações se aprontam para guerras cibernéticas
Supervírus no Irã reforça preocupações de governos e empresas globais
Inimigos "sem rosto" colocam em risco infraestrutura mundial; rede militar dos Estados Unidos já foi violada
BRUNO ROMANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O mundo se está a beira de
uma guerra. Mas, em vez de
bombas e explosões, o caos
virá por meio de apagões no
sistema elétrico e colapso
nas comunicações. A causa
para tudo isso: um potente
vírus de computador.
O conceito de guerra cibernética, ataques à infraestrutura do Estado por meio de
computadores, soa como
script de filme, mas governos, empresas e agências de
inteligência demonstram
preocupação. "A ameaça é
real e digna de atenção", disse na semana passada Iain
Lobban, diretor da GCHQ,
agência britânica de espionagem eletrônica.
O medo de uma ciberguerra ganhou força com a descoberta do Stuxnet, um malware do tipo worm que infectou
milhares de máquinas no Irã,
na Indonésia e na Índia.
O que chamou a atenção
na praga era que ela tinha como alvo sistemas de controle
utilizados em processos industriais, como os de usinas
de energia. Ele explorava pelo menos três vulnerabilidades no Windows do tipo "dia
zero", aquelas ainda não
descobertas por desenvolvedores -número inédito de
falhas para a mesma praga. E
também tinha duas certificações de segurança, que no
mercado negro podem custar
US$ 500 mil.
Dada a complexidade da
praga, especialistas acreditam que ela tenha sido concebida pelo governo de um
país. Empresas que analisaram o código do Stuxnet dizem que ele não visava ganhos financeiros ou roubo de
dados. Ele teria sido criado
para sabotar e o alvo seria o
programa nuclear iraniano.
Teerã já disse ter prendido
"espiões" e acusa o Ocidente.
SEM ROSTO
Uma das grandes dificuldades de ataques pela rede é
que o inimigo não tem rosto.
É possível identificar no código do malware sua origem,
mas, diz Roel Schouwenberg, analista da Kaspersky,
muitas vezes sinais falsos são
plantados com a intenção de
confundir. "O mais prudente
é ignorá-los", diz ele.
Mesmo pragas potentes,
como o Stuxnet, porém, dependem de formas simples
para atingir o alvo com sucesso. Segundo os especialistas ouvidos pela Folha, pen
drives e laptops contamindos são mais perigosos do
que ataques feitos pela rede.
Em 2008, a maior falha da
história na rede militar dos
EUA foi causada por um pen
drive. O vice-secretário de defesa do país, William J. Lynn
III, disse que o malware queria roubar informações.
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