São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2010

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Redes com localização atraem crime virtual

Usuários de serviços como Twitter e Foursquare são potenciais vítimas

Informações tornadas públicas sobre hábitos e gostos se transformam em matéria-prima para iscas mais eficientes

RAFAEL CAPANEMA
ENVIADO ESPECIAL A LAS VEGAS

Por mais insistentes que sejam, os spams que propagandeiam Viagra barato nunca interessarão a quem não tem disfunção erétil.
Uma mensagem prometendo gravações inéditas de Lady Gaga não convencerá alguém que não vai com a cara da exótica artista pop a clicar em um link suspeito.
Cada vez mais sofisticados em suas malevolentes intenções, os cibercriminosos sabem que, quanto mais informações tiverem sobre os gostos e os hábitos de suas potenciais vítimas, maiores serão as chances de fisgá-las.
E redes sociais como o Twitter e o Foursquare, nas quais as pessoas divulgam o que gostam, onde estão e o que estão fazendo, são hoje um vasto repositório de eventuais presas para os bandoleiros virtuais.
Quem aponta essa tendência é Dave Marcus, diretor do McAfee Labs, durante palestra no evento Focus 10, em Las Vegas, promovido na semana passada pela empresa de segurança adquirida pela Intel por US$ 7,7 bilhões.
A rigor inofensivos e bem intencionados, sites que agregam posts e fotos publicadas nessas redes sociais são uma valorosa ferramenta para os cibercriminosos.
É o caso do sistema de mapas do Bing, mecanismo de pesquisa do Microsoft, que permite localizar tuítes publicados recentemente em uma determinada região.
Bastam alguns cliques para revelar fragmentos do cotidiano de uma pessoa aleatória -o gosto por uma marca de chocolate, o hábito de ir à academia, por exemplo.
De posse dessas informações, fica mais fácil se dirigir à vítima com uma promessa de algo que lhe interesse diretamente e infectá-la com um software malicioso que dará ao criminoso controle quase irrestrito de sua máquina.


O jornalista RAFAEL CAPANEMA viajou a convite da McAfee


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