São Paulo, quarta-feira, 21 de julho de 2010

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Nas entranhas do Facebook

Autor de livro que deu base a filme sobre a rede social comenta papel do brasileiro que participou da criação do serviço

AMANDA DEMETRIO
DE SÃO PAULO

Um nerd quase socialmente inapto de Harvard se torna dono de um império nas redes sociais. No caminho para o estrelato, cria inimigos e -dizem- engendra traições.
As aventuras do dono do Facebook, Mark Zuckerberg, 26 anos e bilhões de dólares, tinham mesmo de virar filme.
Trata-se de "A Rede Social", que chega ao Brasil em dezembro e traz o slogan "você não chega a 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos". O filme é baseado no livro "Accidental Billionaires" (Bilionários Acidentais, em tradução livre), de Ben Mezrich, lançado nos Estados Unidos em 2009.
Mezrich teve como uma de suas principais fontes o brasileiro Eduardo Saverin, que se diz traído pelo hoje magnata. Os dois foram colegas em Harvard e, juntos, fundaram o Facebook. Saverin entrou com o dinheiro e o tino com os negócios; Mark, com o seu conhecimento de computadores.
O Facebook cresceu assustadoramente -o site deve anunciar nesta semana que chegou ao meio bilhão de usuários. Mas surgiram desavenças. Zuckerberg foi colocando Saverin para fora da jogada, segundo o livro. A briga foi parar na justiça.
O brasileiro não foi o único inimigo feito por Zuckerberg. Antes de lançar o Facebook, ele havia sido contratado por dois irmãos de Harvard, os gêmeos Winklevoss, para colocar em prática uma ideia de rede social, que colocaria a vida social de Harvard on-line.
Zuckerberg não apenas não fez o trabalho, como lançou o Facebook, algo extremamente parecido com a ideia dos gêmeos, segundo eles. Os Winklevoss apelaram para a Justiça, e Mark chegou a ser condenado a lhes pagar US$ 65 milhões.
Apesar disso, o dono do Facebook não leva jeito para vilão -pelo menos, no livro em que se baseia o filme. Ele é retratado como um excêntrico, desajeitado, sem tato social e que quer ser aceito. Não por acaso, a música que embala o trailer de "A Rede Social" é "Creep", do Radiohead. "Eu queria era ser especial", diz a letra.
O livro de Mezrich não foi bem aceito pelo Facebook. Ao contrário de "O Efeito Facebook", de David Kirkpatrick, que chega a comparar Zuckerberg a Che Guevara.
No Brasil, menos de 2% da população usa a rede, mas o crescimento parece estar acelerado, segundo o Inside Facebook (insidefacebook.com). Talvez por isso o site ainda seja difícil para alguns.
Nesta edição, entenda as desavenças e saiba como explorar ao máximo as funções dessa rede social.


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