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Jogo virtual ocupa lacunas da nossa vida, diz pesquisadora
DE SÃO PAULO
Quando a pesquisadora
Bonnie Nardi, da Universidade da Califórnia, colocou os
olhos na vasto mundo virtual
do World of Warcraft (WoW)
percebeu que havia muita
pesquisa a ser feita. Para ela,
o WoW deve ser estudado
porque está preenchendo lacunas em nossas vidas.
Nardi afirma que, nos Estados Unidos, muitos vivem
em subúrbios e não podem ir
com facilidade a bares ou cafés e se divertir depois do trabalho. "E é isso que nós agora fazemos no WoW".
A pesquisadora também
credita a fascinação pelo jogo
ao caráter desafiador da disputa. "Alguns de nós temos
trabalhos chatos, aos quais
faltam desafios e, no WoW,
existem vários desafios e divertidas recompensas".
A questão da autonomia
que falta aos jogadores em
seus trabalhos fora do game
também explica a adesão ao
WoW, para ela. "Nos dizem o
que fazer e quando fazer e
nós aceitamos, mas, no nosso tempo de lazer, queremos
fazer o nosso próprio show",
diz. No WoW, o jogador pode
escolher boa parte dos detalhes do seu personagem.
Nardi também fez estudos
sobre o comportamento de
jogadores de WoW na China.
"Lá, descobri que as pessoas
jogam por razões parecidas
com as dos americanos, mas
elas fazem isso em cafés. Elas
gostam de jogar sentadas ao
lado dos colegas".
Segundo ela, outra diferença entre norte-americanos e chineses é que, na China, existe uma relutância em
relação a jogadores do sexo
masculino em jogar com personagens femininas. "Nos
EUA, gamers homens frequentemente jogam com personagens femininas, porque
gostam do jeito como as avatares se parecem."
(AD)
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