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Facebook sugere contato com amigo morto
JENNA WORTHAM
DO "NEW YORK TIMES"
Courtney Purvin teve um
choque quando visitou o Facebook no mês passado. O site sugeria que ela retomasse
o contato com um velho amigo da família, que tocou piano no casamento dela havia
quatro anos. O amigo tinha
morrido em abril. "Aquilo me
deixou bem apavorada. Era
como se ele tivesse voltando
dos mortos", diz ela.
O Facebook, a maior rede
social do mundo, sabe muito
a respeito de seus cerca de
500 milhões de membros.
Seu software é rápido em oferecer toques úteis sobre coisas como aniversários iminentes e amigos que você
não contata há algum tempo.
Mas a empresa tem tido dificuldade em automatizar a tarefa de descobrir quando um
de seus usuários morreu.
Isso pode levar a alguns
momentos perturbadores ou
estranhos para os usuários
do Facebook, enquanto o site
continua submetendo um
amigo falecido aos seus algoritmos sociais. O Facebook
diz estar tentando insistentemente descobrir uma forma
de lidar com os fantasmas
existentes em seu sistema,
mas reconhece que não encontrou uma boa solução.
"Esse é um assunto muito
delicado, e é evidente que ver
amigos mortos aparecerem
pode ser doloroso", disse Meredith Chin, porta-voz da empresa. "As pessoas morrem
diariamente. Devido ao tamanho do site, nós nunca seremos perfeitos em descobrir
isso", acrescentou ela.
James E. Katz, professor de
comunicações da Universidade Rutgers, disse que a
empresa está enfrentando
um problema decorrente do
amadurecimento. "Muitos
dos primeiros usuários do
Facebook eram jovens, e a
morte era rara e excessivamente trágica", afirmou.
Agora, pessoas com mais
de 65 anos estão aderindo ao
Facebook em um ritmo mais
acelerado do que qualquer
outra faixa etária, com 6,5
milhões tendo se registrado
em maio último, três vezes
mais do que em maio de
2009, segundo a empresa de
pesquisa comScore. As pessoas acima de 65 anos, é claro, também apresentam a taxa mais alta de mortalidade
dos EUA, de modo que o problema tende apenas a piorar.
Tamu Townsend, uma escritora de 37 anos de Montreal, disse que recebia regularmente convites para se conectar com conhecidos e
amigos que tinham morrido.
"Algumas vezes é bem
confortante quando os rostos
deles aparecem, mas outras
não. Se for uma pessoa que
morreu recentemente, isso
dói", disse Townsend.
Purvin, uma professora de
36 anos que mora em Plano
(Texas), disse que, depois de
passar o susto inicial de ver o
rosto de seu amigo, ficou feliz
pela lembrança. "Aquilo me
fez começar a falar sobre ele e
a pensar nele, então foi bom.
Mas certamente foi um pouco assustador", disse ela.
Tradução de
FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS
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