São Paulo, Domingo, 03 de Outubro de 1999
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PESQUISA

Sebrae-SP e Fipe apuram que, se fosse mais simples e barato, 60% das pequenas empresas contrairiam empréstimos

Juros altos dificultam acesso ao crédito

free-lance para a Folha

Taxa de juro elevada e excesso de burocracia. Esses são os principais fatores que desestimulam os pequenos empresários paulistas a tomar empréstimos em bancos.
A conclusão está na pesquisa "A Questão do Financiamento nas Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo", feita em conjunto pelo Sebrae-SP e pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), da USP.
No estudo, 69% dos empresários afirmam que, para facilitar a tomada de novos empréstimos, é preciso reduzir os juros, outros 35% pedem o fim da burocracia, e 23% querem o aumento dos prazos, diminuição de impostos e ampliação da carência.
Se o crédito "fosse fácil e barato", cerca de 60% dos entrevistados gostariam de fazer um financiamento. Esse número representa seis vezes o percentual de empresas com empréstimos em andamento (10%).
Dos 40% que não desejam tomar empréstimos, a justificativa de 35% é a falta de condições para o pagamento da dívida, 24% não necessitam no momento, e 19% não querem se endividar. Outros 10% desconfiam da política econômica, e 18% não responderam ou alegaram outros motivos.
Boa parte dos empresários, em torno de 37%, demanda empréstimos de até R$ 10 mil, 27% precisam de até R$ 20 mil, 11% querem recursos de até R$ 30 mil, e 24%, acima de R$ 30 mil.
A amostra foi realizada no mês de agosto em 31 municípios e abordou 408 empresas. A margem de erro é de 2% para um coeficiente de confiança de 95%.
Segundo o gerente de pesquisas econômicas do Sebrae-SP, Marco Aurélio Bedê, a pesquisa também mostrou um elevado índice de utilização de recursos como o cheque pré-datado e a negociação de prazo maiores com os fornecedores como formas alternativas de financiamento.
Na análise do gerente, a falta de crédito para a pequena empresa é resultado da falta de uma política governamental. "Se depender dos bancos comerciais, essa questão não será resolvida." (ALG)


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