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TRANSPORTE ESCOLAR
Tirar documentos custa R$ 3.000 e demora seis meses
Empreendedor enfrenta maratona para ter van
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Dinheiro para comprar um veículo, afinidade com crianças e paciência com a burocracia. Não é
fácil entrar para o ramo dos transportadores escolares.
Para tirar toda a documentação
e colocar os equipamentos obrigatórios, o empreendedor gastará
cerca de R$ 3.000. O processo pode durar até seis meses.
Mas, antes de dar qualquer passo, é preciso encontrar um ponto
para trabalhar. A saída é ir às escolas e apresentar o serviço.
Enquanto faz a pesquisa, pode-se pensar no carro. Há modelos
zero quilômetro a partir de R$ 23
mil, como uma Volkswagen
Kombi, chegando até R$ 80 mil,
preço de um microônibus.
Segundo Sandro Felgueiras, 31,
empresário do ramo, o ideal é ter
um carro intermediário, como
uma van de R$ 35 mil, que não é o
mais caro e agrada aos pais.
"As pessoas têm preconceito
contra carros muito simples. Se o
empreendedor investe num veículo desses, pode não conseguir o
retorno esperado."
Vistorias
A manutenção do veículo é outro ponto importante. Os carros
passam por duas rigorosas vistorias anuais. "A van tem de estar
impecável", comenta o motorista
Abraão Honorato, 47.
Há 25 anos, ele faz o transporte
dos alunos do colégio Pueri Domus, na Chácara Santo Antônio
(zona sudoeste da capital). Honorato conta que já foi barrado pela
fiscalização por pequenos detalhes. "Certa vez, fui reprovado
porque o lacre do extintor de incêndio estava violado", diz.
Seu ganho bruto, por carro, fica
em torno de R$ 3.500 por mês,
mas o lucro representa menos da
metade desse valor.
O empresário alerta para a obrigatoriedade de alguns equipamentos: tacógrafo, lanternas intermitentes, cinto de segurança
para todas as crianças, extintor de
4 kg e pintura amarela lateral de
40 cm de largura.
Outro empreendedor, Aurasil
Scodiero, 61, gasta R$ 2.000 com
cada um de seus carros todo mês.
Com a experiência de quem começou há 40 anos com uma
Kombi e hoje tem oito carros,
Scodiero reclama da queda do
movimento. "De 1997 para cá,
meu faturamento caiu 50%."
O problema seria o aumento da
concorrência. Hoje, seu lucro não
passa de R$ 2.000 por carro.
Para os novatos, Scodiero revela
um truque que mantém as crianças calmas no interior do veículo.
"Quem se comporta ganha doces
e chocolates às sextas-feiras."
Abraão Honorato: 0/xx/11/9623-5387;
Aurasil Scodiero: 0/xx/11/273-0399.
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