São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2000



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TRANSPORTE ESCOLAR
Tirar documentos custa R$ 3.000 e demora seis meses
Empreendedor enfrenta maratona para ter van

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Dinheiro para comprar um veículo, afinidade com crianças e paciência com a burocracia. Não é fácil entrar para o ramo dos transportadores escolares.
Para tirar toda a documentação e colocar os equipamentos obrigatórios, o empreendedor gastará cerca de R$ 3.000. O processo pode durar até seis meses.
Mas, antes de dar qualquer passo, é preciso encontrar um ponto para trabalhar. A saída é ir às escolas e apresentar o serviço.
Enquanto faz a pesquisa, pode-se pensar no carro. Há modelos zero quilômetro a partir de R$ 23 mil, como uma Volkswagen Kombi, chegando até R$ 80 mil, preço de um microônibus.
Segundo Sandro Felgueiras, 31, empresário do ramo, o ideal é ter um carro intermediário, como uma van de R$ 35 mil, que não é o mais caro e agrada aos pais.
"As pessoas têm preconceito contra carros muito simples. Se o empreendedor investe num veículo desses, pode não conseguir o retorno esperado."

Vistorias
A manutenção do veículo é outro ponto importante. Os carros passam por duas rigorosas vistorias anuais. "A van tem de estar impecável", comenta o motorista Abraão Honorato, 47.
Há 25 anos, ele faz o transporte dos alunos do colégio Pueri Domus, na Chácara Santo Antônio (zona sudoeste da capital). Honorato conta que já foi barrado pela fiscalização por pequenos detalhes. "Certa vez, fui reprovado porque o lacre do extintor de incêndio estava violado", diz.
Seu ganho bruto, por carro, fica em torno de R$ 3.500 por mês, mas o lucro representa menos da metade desse valor.
O empresário alerta para a obrigatoriedade de alguns equipamentos: tacógrafo, lanternas intermitentes, cinto de segurança para todas as crianças, extintor de 4 kg e pintura amarela lateral de 40 cm de largura.
Outro empreendedor, Aurasil Scodiero, 61, gasta R$ 2.000 com cada um de seus carros todo mês.
Com a experiência de quem começou há 40 anos com uma Kombi e hoje tem oito carros, Scodiero reclama da queda do movimento. "De 1997 para cá, meu faturamento caiu 50%."
O problema seria o aumento da concorrência. Hoje, seu lucro não passa de R$ 2.000 por carro.
Para os novatos, Scodiero revela um truque que mantém as crianças calmas no interior do veículo. "Quem se comporta ganha doces e chocolates às sextas-feiras."


Abraão Honorato: 0/xx/11/9623-5387; Aurasil Scodiero: 0/xx/11/273-0399.



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