São Paulo, domingo, 6 de setembro de 1998

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RECICLAGEM
Agendas, álbuns e cartões podem ser feitos com produtos artesanais
Criatividade é a senha para produzir novos artigos

O engenheiro João Carlos da Costa Bueno, que largou a empresa onde trabalhava para ajudar a mulher a fabricar álbuns da Reportagem Local

Não são apenas as pessoas que reciclam papel que lucram com esse mercado. A fabricação de produtos artesanais é outra alternativa, cuja principal matéria-prima é a criatividade.
Há quatro anos, o engenheiro João Carlos da Costa Bueno, 41, resolveu largar a empresa em que trabalhava para ajudar a mulher na fabricação de álbuns de fotografia produzidos com papéis artesanais e couro.
"Começamos a vender nossos produtos em uma feirinha. Algumas pessoas perguntavam se poderiam revender ou distribuir como brinde em empresas. Foi aí que nos especializamos no atacado e abrimos a Encaixe", conta Bueno.
Hoje, eles vendem 40 produtos para papelarias e empresas.
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Embalagens e convites Outra idéia criativa partiu dos sócios Júlio Campos, 46, e Marcio Levyman, 37, fundadores da Flux.
Seus principais clientes são as agências de publicidade, que utilizam cartazes, embalagens e convites feitos pela empresa.
"Eles apresentam os projetos, e nós desenvolvemos. Nossa dificuldade é manter o fluxo de trabalho. Para compensar, vendemos para papelarias", explica Campos.
A empresa começou na casa de Campos, com dois computadores, uma guilhotina, uma mesa de impressão e máquinas de estampar.
Hoje, os sócios possuem oito funcionários para montar os produtos. Em alguns meses, o faturamento chega a R$ 30 mil.
Paciência e criatividade também não faltam para o calígrafo João Carlos Gimenes, 56.
Há quatro anos ele montou a Barinel Convites, com um investimento de R$ 25 mil -que incluiu um computador, uma impressora, alguns softwares e sua matéria-prima, o papel. A idéia era fazer convites para festas e casamentos.
"No começo, quebrei a cabeça para descobrir o papel ideal. A maioria tem a superfície muito irregular e áspera, que acaba enroscando na impressora. Estraguei muito material até achar um que valesse a pena", conta.
Gimenes não revela quem é o fornecedor do milagroso papel. "Esse é o meu segredo."
Para divulgar seu produto, ele anuncia em jornais e revistas. "Mas minha maior publicidade são os próprios convites. Em uma festa, sempre perguntam quem fez os convites", diz.
O faturamento mensal da Barinel é de R$ 2.500.
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Curso Para quem está interessado em montar um negócio com papel reciclado, o professor Katustoshi Mori Kamori ministra cursos na Aliança Cultural Brasil-Japão.
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Aliança Cultural Brasil-Japão: (011) 815- 3446; Barinel Convites: (011) 6945-9114; Encaixe: (011) 209-4542; Flux: (011) 575- 3558.



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