São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 1998

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ENTREGAS
Maior vantagem para o empresário é a redução de custos; serviços incluem até atendimento médico
Negócios com delivery crescem em SP

Ciete Silvério/Folha Imagem
O novo Código Nacional de Trânsito impulsionou uma nova modalidade de delivery em São Paulo e no Rio: a entrega de clientes de bares e restaurantes em domicílio


free-lance para a Folha

Os negócios que envolvem delivery cresceram entre 60% e 80% nos últimos três anos só na cidade de São Paulo.
Os dados constam de levantamento informal entre empresários feito pela consultora Tania Freitas, 37, do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo).
O principal ramo de atividade continua sendo o de alimentação. Mas esse tipo de negócio parece ser tão lucrativo que hoje é possível receber em casa produtos bem distintos da velha e boa pizza ou do velho e bom hambúrguer. Agora, há de mapa astral a "shiatsu" por telefone ou Internet.
"Delivery funciona bem em cidades executivas como São Paulo, onde há pessoas que preferem pagar um pouco mais por um produto a ter de ir comprá-lo na loja", diz Tania, justificando o crescimento desse mercado.
Segundo a consultora, a idéia de entregar diferentes produtos em domicílio foi trazida por empresários que viajam com frequência aos Estados Unidos, onde o conceito nasceu e de onde se propagou para a Europa e para o Brasil.
Tania afirma que a maior vantagem para o empresário que opta pelo delivery é a redução de custos operacionais.
Segundo ela, uma empresa consegue reduzir de 50% a 70% o número de funcionários. À parte a folha de pagamento, o delivery é capaz de diminuir em 50% os custos totais e em 40% os gastos com encargos trabalhistas.
Cuidados
Mas o empresário também precisa ter cuidado na hora de optar pelo sistema. Em primeiro lugar, o delivery precisa estar determinado no estatuto da empresa, que deve ser uma prestadora de serviços.
Depois, precisa ser localizada em local de grande fluxo de pessoas -tudo para chamar a atenção do consumidor. E, por fim, oferecer um bom produto.
"O visual precisa ser criativo, mesmo que não haja nada na loja." O marketing, segundo Tania, pode ser feito por meio de folhetos ou mala direta. Mas, nesse negócio, o que funciona mesmo é a divulgação boca-a-boca.
Tania diz que esse tipo de empresa, em geral, começa em uma pequena loja e, depois, se expande para outras regiões.
Os fatores que ajudam a manter com sucesso o negócio são o atendimento, a rapidez na entrega e a qualidade do produto. "Para dar certo, é preciso que alguém ou alguma equipe centralize todas as operações, que vão do atendimento à entrega do produto."
Tania afirma que, apesar de os custos operacionais serem menores, os empresários (ou interessados em delivery) não devem economizar no início.
"É importante investir na localização, no visual do empreendimento e na divulgação." Se o negócio crescer e exigir funcionários, o empresário deve oferecer a eles treinamento específico, com foco no atendimento ao cliente e no trabalho em equipe.
A maioria das empresas que oferecem delivery opta por contratar motoboys terceirizados. A hora desse profissional custa, em média, R$ 8,50. As empresas costumam exigir um mínimo de duas horas de trabalho.
Também podem ser feitos contratos mensais, que determinam o trabalho de um motoboy das 8h às 17h30. A Fastboy, Ligboy e Motofax cobram R$ 1.250 por mês por moto. Na Motoboy Entregas Rápidas, o contrato mensal é um pouco mais caro, custando R$ 1.320.
Os valores incluem todos os gastos com as motocicletas. Os preços, porém, podem subir em março devido a aumentos na remuneração dos motoboys, segundo empresários do setor. Os valores ainda não estão definidos.


Onde encontrar - FastBoy: (011) 6951-7183; LigBoy: (011) 270-5452; Motofax: (011) 454-9462; Motoboy Entregas Rápidas: (011) 815-1200.



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