|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BANCAS
Sebrae orienta proprietários a investir só em diferenciais, como ambiente, atendimento e variedade
"Alternativos" rendem 30% das vendas
da Reportagem Local
A venda de produtos alternativos em bancas de jornais representa cerca de 30% do faturamento bruto desses estabelecimentos,
de acordo com números do Sindicato dos Vendedores de Jornais e
Revistas da cidade de São Paulo.
"O número não é grande, mas
os produtos alternativos são uma
maneira de alavancar as vendas.
A pessoa vem para comprar um
jornal e leva um chocolate",
exemplifica Francisco Ranieri, 60,
presidente do sindicato.
Para os proprietários de bancas
e representantes de entidades da
categoria, a venda de produtos alternativos, como brinquedos, doces e sorvetes, é a única maneira
de sobreviver no setor.
Segundo Nice Simas de Almeida, 41, proprietária de duas bancas de jornal na Aclimação (zona
sudoeste de São Paulo), o mercado pode ser lucrativo para quem
trabalha com criatividade e oferece os produtos alternativos aos
clientes.
"Nos três primeiros anos como
dona de banca, consegui cerca de
R$ 40 mil para comprar uma nova
banca", afirma Nice, que nunca
foi multada. Um de seus estabelecimentos fatura R$ 25 mil, com
lucro de 30%. "Pelo menos consigo manter meus quatro filhos em
colégios particulares."
Concorrência
De acordo com a Associação
dos Proprietários de Bancas de
Jornais e Revistas e Revistarias, a
concorrência cerca o setor.
Porphirio da Silva Mello, 48,
presidente da associação, afirma
que a venda de jornais e revistas
em supermercados e lojas de conveniência, o crescimento da Internet e o aumento no número de assinaturas tornam a concorrência
bastante acirrada.
Para Carla Alvarez Gomes Viudes, 31, dona da banca Bancarla,
em Perdizes (zona noroeste de
São Paulo), essa concorrência faz
com que a venda de jornais e revistas não seja mais suficiente para manter o negócio lucrativo.
"Acho que as bancas correm o
risco de serem extintas. Elas precisam inovar e oferecer mais serviços aos clientes", afirma Carla,
que era publicitária e está há oito
anos no mercado, sem nunca ter
sido multada.
Ela conta que não faz um controle rigoroso do faturamento,
mas conquistou "estabilidade
econômica". "Comprei carro,
apartamento e vivo bem."
Alternativa
Luís Abílio de Oliveira Gonçalves, 33, encontrou uma forma de
conseguir comercializar os produtos alternativos sem desrespeitar a lei: montou uma livraria em
frente à banca de jornal de sua
concessão, nos Jardins (zona sudoeste de São Paulo).
"Basta o cliente atravessar a rua
para encontrar produtos como
jornais, revistas, doces e brinquedos", diz o jornaleiro, que não fala
em valores "por medo de assalto".
Quanto à banca, ele explica que
existe uma série de restrições com
relação ao tamanho do estabelecimento e aos produtos que são comercializados. "Os "alternativos"
representam cerca de 50% do faturamento de uma banca e funcionam como um forte atrativo
para as vendas", afirma.
Para o consultor do Sebrae-SP
(Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa) Sandro
Luiz Neves, as bancas não deveriam se preocupar tanto com a
venda de produtos alternativos.
Segundo Neves, os proprietários deveriam concentrar esforços para oferecer um bom atendimento, variedade de produtos e
ambiente agradável. "Essa é a maneira de atrair os clientes para
comprar jornais ou revistas, e não
outros produtos."
(CF)
Texto Anterior: Outro lado: Associações reprovam projeto Próximo Texto: Licitação para novas bancas está suspensa desde 96 Índice
|