Khajuraho está bem conservada; Orchha, não

Ambas no Estado de Madhya Pradesh, Khajuraho e Orchha são destinos famosos por seus conjuntos de templos, mas o contraste entre os dois deixa à vista a questão da preservação do vasto patrimônio histórico e cultural indiano.

Enquanto a primeira mantém seu conjunto de templos (declarados patrimônio mundial pela Unesco) bem conservado, a segunda abriga fortes e palácios dilapidados pelo tempo e pelo descaso. Mas ambos os destinos valem a pena e impressionam, cada um à sua maneira.

Khajuraho é um local popular entre os turistas por seus templos medievais esculpidos de modo intrincado e perfeccionista.

Cada uma das inúmeras figuras esculpidas mostra uma preocupação minimalista com detalhes e acabamento, obras únicas que encontram sua posição exata em um mosaico de deuses, pessoas comuns, animais, criaturas míticas e formas geométricas.

Os templos de Khajuraho, erguidos entre os séculos 9º e 10º pela dinastia Chandela, são famosos pelas cenas eróticas em meio à profusão de situações retratadas.

Não se sabe exatamente por que elas foram incluídas na decoração dos templos, mas há quem avente a hipótese de que os Chandela eram praticantes do sexo tântrico.

Em Orccha, os três principais palácios são o Rai Praveen Mahal (década de 1670), Raj Mahal (1560) e o Jahangiri Mahal (1626), os dois últimos os mais interessantes.

É possível subir até o teto, de onde se avista o conjunto de cúpulas e escadarias que descem ao pátio e que até lembra uma obra do artista gráfico holandês M.C. Escher (1898-1972).

Tanto os palácios como os templos do centro velho foram dilapidados, e pouco resta dos elementos decorativos que um dia enfeitaram as estruturas. Mas a vista dos prédios históricos refletidos no rio Betwa mostra que a beleza restante vale a visita.