Índice geral Turismo
Turismo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Refazer as igrejas é o desafio da cidade

Capela das Mercês é o único prédio religioso restaurado; já reconstrução da Matriz deve ficar para o ano que vem

Matriz foi totalmente destruída, mas seu sino, montado num palanque provisório, ainda repica duas vezes por dia

DO ENVIADO A SÃO LUIZ DO PARAITINGA

Diferentemente do que muitos foliões possam pensar, o Carnaval não é a festa mais tradicional do calendário luizense. O título cabe ao Divino, 40 dias após a Páscoa.

Tapetes coloridos de serragem ornam as ruas, e a mobilização dos moradores testemunha a importância do catolicismo na gênese histórica de São Luiz do Paraitinga.

Isso também pode ser visto no cuidado com que a cidade trata suas igrejas -ou, no momento presente, a restauração das mesmas.

Das três edificações religiosas, a única totalmente recuperada é a capela das Mercês. Em janeiro de 2010, as enchentes a levaram abaixo por completo. Foram necessários nove meses de trabalhos de restauração (veja mais na pág. F8). A capela, que remonta a 1814, foi devolvida à cidade em setembro em 2011, ao custo de R$ 1,1 milhão.

A nova estrutura envolve as bases de taipa de pilão das paredes antigas, que ainda podem ser vistas do interior da igreja, atrás de uma redoma de vidro. Cerca de 100 mil tijolos de barro cozido foram usados no restauro, que preserva a volumetria original.

A capela, a mais antiga da cidade ainda em pé até antes da enchente, foi concebida para abrigar a imagem em terracota da Virgem das Mercês, cuja origem é incerta, e que havia chegado à cidade cinco anos antes. Retirada das águas em 80 pedaços, a estátua foi totalmente recuperada e recolocada sobre o altar.

Pode-se percorrer, além da nave principal, uma sala lateral com painéis que detalham a restauração. Também é permitido subir as escadas e ver o sino e o púlpito de perto.

Outro sino, o da igreja Matriz São Luiz de Tolosa, dá suas badaladas duas vezes ao dia em frente à praça Oswaldo Cruz. A igreja, porém, não está mais lá: desmoronou com a enchente e sua restauração se encontra em fase inicial. O sino está colocado sob um palanque de madeira provisório, à frente dos escombros, protegidos por uma estrutura com teto de alumínio.

Após as obras emergenciais, que recuperaram, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), 598 peças sacras, 300 mil tijolos e todos os pedaços do forro da maior igreja, a primeira fase da restauração só começou recentemente e deve ser entregue no segundo semestre de 2013.

Por fim, a igreja do Rosário, que não desabou, mas foi danificada pelas chuvas, será reformada. Construída no século 19 e transformada em templo neogótico nos anos 1920, seu interior está fechado ao público.

(DANIEL MÉDICI)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.