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Viajantes procuram por significados ao juntar suvenires

Há quem valorize objetos que julgue ter história e não dê importância a lembranças como ímãs de geladeira

Evitando os badulaques mais típicos, há quem colecione medalhas de santos e até estatuetas sacras de todo o mundo

DE SÃO PAULO

Mais do que roupas, bebidas e aparelhos eletrônicos, para alguns o suvenir é, de certo modo, uma aquisição simbólica nas viagens.

Lembrancinhas como chaveiros e ímãs de geladeira são comprinhas quase obrigatórias em visitas a outros países, mas há turistas que evitam os suvenires óbvios -como miniaturas da torre Eiffel e sombreiros mexicanos.

Para essas pessoas, o mais importante é que o objeto em questão tenha significado.

Entre os suvenires acumulados em viagens pelo mundo, um dos mais queridos para a assessora de imprensa Cecilia Valenza, 29, é uma estatueta de camelo feita de argila, que ganhou numa visita ao Marrocos em 2009.

"Fui visitar uma cooperativa de artesãos locais e, ao chegar, em poucos minutos um dos artesãos transformou uma bola de argila em um pequeno camelo e me presenteou. Fiquei encantada e cuidei da estátua como se fosse um filho até o fim da viagem. Na época, morava em Barcelona e estava viajando com uma mochila pequena, morria de medo de que a estátua quebrasse", conta.

O camelo sobreviveu à viagem até Barcelona, mas, na volta para o Brasil, uma das pernas da figura acabou se quebrando. "Quando vi, fiquei arrasada, mas colei o pedaço, e o camelinho está comigo até hoje."

Alguns viajantes optam por trazer sempre o mesmo tipo de objeto, fazendo uma coleção com exemplares de várias partes do mundo.

É o caso do arquiteto Gonçalo Sarmento, 50, que possui mais de 130 imagens de são Francisco de Assis que foram garimpadas em viagens pelo Brasil e por países como Portugal, Itália e Chile.

A primeira estatueta do santo comprada por Sarmento foi adquirida em Natal (RN). Já a mais recente veio de Penedo (RJ).

"Independente da questão religiosa, são Francisco me atrai por sua história de vida. Também decidi fazer a coleção por seu aspecto plástico, já que a variedade que existe em termos de representação desse santo e a diferença de estilos das imagens é muito grande", explica o arquiteto.

Já Raquel Medeiros, 35, coleciona medalhinhas de santos, mas também garimpa outros objetos que acha interessantes nas viagens que faz.

"Confesso que às vezes fico sem espaço para guardar algumas lembranças e aí mando para o meu quarto na casa da minha mãe", diz ela.

(VANESSA CORRÊA DA SILVA)

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