Índice geral Turismo
Turismo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Sossego local ajuda a apreciar melhor a Cidade de Goiás

Não tenha pressa para nada, mesmo porque é preciso cuidado para caminhar pelas ruas de pedra da cidade

Município foi capital do Estado até 1937, e, no ano de 2001, ganhou o título de patrimônio mundial pela Unesco

EM GOIÁS

Parece que os ponteiros se movimentam preguiçosamente nos relógios da pequenina Cidade de Goiás.

Essa delonga faz-se necessária para apreciar a arquitetura, os hábitos de moradores, a revoada de pássaros e o colorido das flores do cerrado. Ou simplesmente para sentar-se à mesa e saborear sua farta gastronomia.

Não tenha pressa para nada. Mesmo porque é preciso ter cuidado para caminhar por suas ruas de pedra.

Paciência cai bem na hora de debruçar-se sobre o parapeito de uma janela de século 18 e esperar para por um doce cristalizado, que é preparado bem ali.

Imagine então naquele momento de puxar prosa com um senhor sentado no banco da praça? Sente-se e respire porque lá vem história.

Tudo começou na Cidade de Goiás em 1727, quando o então arraial de Sant'Ana foi fundado pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o filho do Anhanguera.

Em 1739, a cidade passou a se chamar Vila Boa de Goiás, em homenagem aos índios Goyazes, os primeiros habitantes daquelas terras. Quem nasceu ali continua sendo chamado de vilaboense e não curtindo com bons olhos quando forasteiro aterriza por ali e chama a sua cidade de Goiás Velho. Preferem ouvir sua cidade ser chamada de Cidade de Goiás.

Capital do Estado até 1937, antes de ser transferida para Goiânia, a Cidade de Goiás ganhou, em 2001, o título de patrimônio histórico e cultural mundial pela Unesco.

FOGARÉU

Deixe o carro no estacionamento do hotel, capriche no filtro solar e siga para o centro colonial, que é muito fácil de ser explorado a pé.

Três dias em Cidade de Goiás são suficientes para o visitante contemplar a história, os casarões de estilo arquitetônico barroco colonial simples, as igrejas do período colonial e suas frias e abundantes cachoeiras.

Entre as igrejas, dê uma entrada na matriz, também chamada de catedral de Sant'Ana e uma visita à de Nossa Senhora do Rosário. Vale a pena encarar os mais de cem degraus para conhecer a igreja de Santa Bárbara (ela só abre na festa da padroeira, em 4 de dezembro). De lá, tem-se uma bela vista da região.

Durante a Semana Santa, a Cidade de Goiás se transforma com a procissão do Fogaréu. As luzes do centro se apagam. De repente, no meio da escuridão, tochas iluminam os caminhos de pedra.

Elas são carregadas por um dos símbolos religiosos de maior profusão de Goiás: os farricocos, homens encapuzados que representam os soldados romanos.

No emocionante percurso, eles partem da igreja da Boa Morte até a de São Francisco, onde é executada a prisão de Cristo, simbolizado por um estandarte. Em qualquer época do ano, porém, esses ícones de fé estão pintados e esculpidos por toda a cidade.

(ROBERTO DE OLIVEIRA)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.