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48h em Philly

RAFAEL MOSNA
EM FILADÉLFIA, EUA

Orgânico, fornecedor local e produtos sazonais. Em Filadélfia, esses ideais estão em todos os cantos e espalhados por muitos restaurantes simples (e sofisticados também).

Na cidade, faça sol (no verão, estação recém-terminada no hemisfério Norte, os termômetros chegaram a registrar por lá 39ºC) ou faça frio (o último inverno, que neste ano foi tido como ameno, chegou a -10ºC), não faltam jovens universitários correndo em trajes esportivos pelas ruas planas da zona central.

Manter a forma? Esqueça disso e devore os sabores locais. Entre uma comilança e outra, dá para fazer uma caminhada, ir a um museu... Afinal, é preciso dar tempo para que a digestão faça o seu trabalho.

21h olhos na cozinha

Quer comer mais e economizar? No a.kitchen (akitchenphilly.com), é bom escolher o "set menu", que, no dia da visita da reportagem, custou US$ 32 (R$ 65) e veio à mesa em quatro tempos (entrada, dois pratos e uma sobremesa -itens individuais do cardápio ficam entre US$ 8 e US$ 38).

A comida? Camarões bem apimentados, ao ponto. Salada com verduras e queijo de cabra com beterrabas (uma delas amarela) -para refrescar o fervor da boca. Tagliatele à bolonhesa de carne de carneiro e um bolinho branco com sorvete de banana.

A água, como em todos os restaurantes da cidade, é gratuita. Vinhos em taça começam em US$ 6 cada uma.

E a cozinha é aberta. Dá para sentar no balcão e ficar de olho na sua comida enquanto ela está sendo preparada pelo chef -ou presenciar um puxão de orelha durante o escorregão de um cozinheiro.

9h não peça para levar

O La Colombe (lacolombe.com) tem mais de uma unidade em Filadélfia. Dependendo de onde estiver hospedado, vá na que está próxima à praça Rittenhouse -na 19th South Street, entre a Walnut e a Sansom.

O café costuma ser servido na temperatura correta (nada de pelar a boca), e a xícara de "latte" (expresso servido com leite e sua espuma) acompanhada de um pedaço de torta de damasco custam, juntos, US$ 6,25.

Para quem não dá muita bola para o café, pode parecer superstição, mas prefira tomar a bebida no local. O café na embalagem de plástico "to go" tem sabor diferente.

(Um dos "blends" vendidos no La Colombe vem do cerrado mineiro.)

10h no meio do caminho tem um prédio

O City Hall, afirmam as placas do edifício, é o maior prédio municipal dos EUA, com quase 59 mil metros quadros de espaço. Está na zona central e bloqueia a continuidade da Market Street.

Seu projeto original é de 1682. Ele foi o edifício mais alto de Filadélfia até 1987. Repare nas esculturas exteriores, que representam as estações do ano e os continentes.

Visitas guiadas acontecem de segunda a sexta, às 12h30, e o deque, aberto ao público também de segunda a sexta, das 9h30 às 16h15, tem vista panorâmica da cidade.

11h15 símbolo da liberdade

O Liberty Bell Center faz parte do complexo que conta a história de Filadélfia e da independência dos EUA -é engraçado ver, na cidade, lojas de suvenires com álbuns para colorir da Revolução Americana, da história de Benjamin Franklin e dos presidentes estadunidenses, por exemplo.

É no Independence Mall onde foi assinada a Declaração da Independência dos EUA por representantes das 13 colônias britânicas, e Filadélfia se tornou a primeira capital do país.

Em 1846, o sino da liberdade quebrou e ganhou uma grande fenda. Esse aparato de bronze é considerado um símbolo da luta colonial pela emancipação.

12h30 jamón e sanduíche

Um espaço multiface para comprar produtos importados (há presunto espanhol, queijos diversos, vinhos), levar pratos prontos para casa (ou para o hotel) ou sentar e comer por lá mesmo.

Coma lá, então. Para começar os trabalhos no Garces Trading (garcesgroup.com), uma boa é pedir a seleção do chef nas tábuas de charcutaria e de queijos. São quatro tipos cada uma (US$ 12 por tábua), com itens como jamón serrano, salame, queijos azuis e brie, acompanhados de pães, geleias e mostardas.

Há vários pratos, mas uma opção econômica pode ser os sanduíches. O com frango, "pimentón" e queijo tem pão crocante (US$ 9 -mesmo valor do copão de sangria).

Na ocasião da visita, a garçonete não estava em seus dias de melhor humor.

14h30 vá à coleção europeia

A coleção permanente do Museu de Arte de Filadélfia (www.philamuseum.org) já vale a visita, independentemente das exposições temporárias, que, vira e mexe, desembarcam no local.

"Visions of Arcadia", com obras de Gauguin, Cézanne e Matisse terminou no início deste mês, e, neste ano, já passou por lá um especial de Van Gogh, por exemplo.

Com pressa, convém pular as galerias americanas -por vezes um pouco enfadonhas, em especial as que dizem respeito a Filadélfia, com móveis, pratarias e porcelanas.

A coleção sobre a Ásia tem templos indianos e chineses reproduzidos na íntegra.

A europeia, dividida em épocas, tem "Prometeu Acorrentado" (Peter Paul Rubens; 1577-1640), "Vaso com Doze Girassóis" (Van Gogh; 1853-1890), "As Grandes Banhistas" (Cézanne; 1839-1906) e "Construção Mole com Feijões Cozidos" (Salvador Dalí; 1904-1984).

Os 72 degraus que dão acesso à entrada do museu são famosos pela cena em que Rocky Balboa, personagem de Sylvester Stallone, os sobe correndo.

Com pique, passe no museu Rodin (www.rodinmuseum.org), logo ao lado.

21h hambúrguer

Philly foi eleita pela revista americana "Travel + Leisure", na edição de maio deste ano, como a segunda melhor cidade dos EUA para se comer hambúrguer.

E no Village Whiskey (villagewhiskey.com), também do chef Jose Garces, não faz feio o "village burger" (US$ 11), hambúrguer de 225 gramas servido no pão com gergelim com alface, tomate e molho caseiro.

Faz mais bonito, porém, o "kentucky hot brownsliced" (US$ 12), carne de peru fatiada com bacon defumado no brioche tostado, quase boiando em molho "mornay" -um molho branco com queijo gratinado.

Fazendo jus ao nome, há também um extenso menu de uísques, com preços que variam de US$ 8 (um copo com 60 ml da bebida) a US$ 70 (um Hirsch reserva 28 anos).

10h brunch no cachorro branco

No campus da Universidade da Pensilvânia, o White Dog (www.whitedog.com), fundado em 1983 como um café na Cidade Universitária, informa que 95% de seus ingredientes são provenientes de produtores locais distantes, no máximo, 80 quilômetros de sua cozinha.

Para a hora do brunch, um copão de leite (inconvenientemente) quente com chocolate custa US$ 2,50. Omeletes saem por US$ 13, e um sanduíche com uma (boa) linguiça, US$ 10. Algo leve? O iogurte "parfait" com frutas vermelhas custa US$ 7.

11h30 uma das primeiras

E como você já está na Cidade Universitária, aproveite para dar uma volta pela Universidade da Pensilvânia (www.upenn.edu). Fundada em 1740 por Benjamin Franklin, ela está entre as primeiras universidades dos EUA (no Brasil, a Federal do Amazonas, instituída em 1909, é uma das primeiras).

Arborizada, com jardins bem cuidados e cheia de prédios históricos, tem 12 escolas conectadas ao campus.

15h fresco e local

Para fechar o passeio com sabores locais, uma passada no Reading Terminal Market (www.readingterminalmarket.org), o mercadão de Philly, traz opções de café da manhã e almoço por US$ 7 (procure pelo "meal deal").

Além das barracas de frutas e legumes, há pretzels, cookies ("assados lá mesmo", garante a Hope's Cookies) e culinária internacional, como a barraca que serve pastas italianas e outra repleta de guloseimas árabes.

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