São Paulo, quinta-feira, 01 de setembro de 2011

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Estátuas de monte turco irão a museu

Monte Nemrut abriga restos arqueológicos que datam do século 1º a.C. e são patrimônio histórico da Unesco

Esculturas colossais sofrem erosão lenta e progressiva devido ao clima e às constantes visitas turísticas


DA EFE, EM ISTAMBUL

As colossais esculturas do monte Nemrut, na Turquia, serão transportadas a um museu, ante a progressiva erosão a que estão sujeitas devido às condições climáticas e às visitas turísticas.
Os restos arqueológicos, considerados patrimônio da humanidade pela Unesco, datam do século 1º a.C., quando o rei Antíoco 1º de Commagene decidiu estabelecer uma nova religião baseada em diversos credos persas e helênicos, misturados com o culto ao próprio monarca e à sua família -o que o fez levantar as esculturas monumentais em uma montanha a mais de 2.000 metros de altura.
O lugar, o qual se acredita ser a localização da tumba de Antíoco, foi escavado em 1881 pelo engenheiro alemão Charles Sester e, ainda que o sítio exato da câmara não tenha sido achado, as belas esculturas foram descobertas.
As estátuas, entalhadas em rochas calcárias e que são as cabeças de Antíoco e de várias deidades com formas animais, têm sofrido danos ao longo dos séculos em decorrência das condições climáticas, dos terremotos e da visita de milhares de turistas a cada ano, uma vez que elas são um dos símbolos mais emblemáticos encontrados na Turquia.
O monte Nemrut se localiza em uma área suscetível a temperaturas extremamente frias no inverno e muito quentes no verão.
O ministro de Cultura e Turismo, Ertugrul Günay, explicou a uma emissora televisiva local que, após estudar diversas soluções, seu ministério considerou que a mais prática para a conservação desses monumentos é transportar as esculturas para um museu e colocar reproduções delas na montanha.
Há, contudo, especialistas que se opõem à medida.
"Recebemos várias propostas. Por exemplo, cobrir as esculturas com uma lona. No entanto, no inverno, os ventos são tão fortes que levariam as lonas. Não podemos, também, colocar urnas de vidro, porque elas se quebrariam com o vento. Tapá-las com um muro não é uma opção", disse o ministro.
"Há quem sustente que, se não aconteceu nada em 2.000 anos, não deverá acontecer nada nos próximos dez", afirma ele.
"Mas eu visito as estátuas há 20 anos e vejo os danos que têm sofrido. No inverno, as temperaturas baixa até os -40ºC, e as geadas causam muitos danos a elas", declarou o ministro Günay, ao justificar a decisão de envio das esculturas a um museu.


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