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O trem ICE, que percorre as principais cidades da Alemanha, com uma locomotiva tradicional ao fundo

CARLA ARANHA
da Redação

""Viva o amor! A vida é bela!", gritam, em coro, os efusivos passageiros diante de uma cena de amor em uma estação qualquer da Itália, quando a moça que acabara de deixar o vagão abraça exultante o belo namorado.
Cenas como essa se repetem aqui e ali nas plataformas, com menor ou maior intensidade, em um aviso claro de que, ao comprar um bilhete de trem, o turista leva junto alguma dose de emoção e outra de um tipo de incerteza que acompanha a humanidade muito antes do surgimento da primeira locomotiva, em 1758, na Inglaterra.
Vai chegar na hora? Os vizinhos de cabine serão simpáticos? A estação final será segura? E quem sabe?
Isso não significa que é difícil pôr a viagem em trilhos razoavelmente seguros. É só tentar adequar ao máximo o trem escolhido à personalidade e ao bolso do passageiro.
Charme
Luxo, história, glamour? Vá de Orient Express, na Europa, Road to Mandalay, na Ásia, ou o muito chique Proud of Africa, que liga a África do Sul à Tanzânia.
Tudo bem, o preço das passagens trafega nas alturas, com valores de quase US$ 3.000. Mas, se você não é de se importar com a conta, essa é a sua praia. E que praia, mesmo que algumas vezes seja necessário abrir mão do conforto moderno em favor do charme de uma locomotiva antiga.
Já simples mortais vão preferir uma opção mais econômica.
De novo, pode haver uma união perfeita -com uma novidade neste ano. Nos Estados Unidos, a rede Amtrak, que percorre o país de costa a costa, oferece uma série de descontos até o final de maio.
Enquanto isso, o Eurailpass Youthpass, na Europa, segue firme e forte. Dirigido a menores de 26 anos, pode ser usado ilimitadamente por no mínimo 15 dias e no máximo três meses, ao preço inicial de US$ 365.
O Europass também oferece tarifas ideais para orçamentos tímidos, com preços a partir de US$ 210 (cinco dias em dois meses).
Sopa de letrinhas
Outra boa forma de valorizar seus dólares é eleger o trem como melhor amigo já ao deixar o avião.
Do aeroporto de Gatwick, em Londres, ao centro, a passagem custa cerca de US$ 12. A regra vale também para outras cidades, como Paris, Roma e Frankfurt, com preços semelhantes.
E, se no seu caso, rapidez e conforto é o que importa, os trens de alta velocidade estão aí para garantir uma viagem feliz. Você não perde tempo nem sequer para pronunciar o nome do dito cujo.
É TGV na França, AVE na Espanha, ICE na Alemanha. Fácil, fácil, fazem 300 quilômetros por hora. No Japão, o Shinkansen é outro rei do transporte veloz sobre trilhos.
Em solo nacional, por enquanto os trens ainda rodam em um passo mais lento.
Resta a previsão de que, após 2005, haverá um trem-bala ligando São Paulo ao Rio de Janeiro. Será mais uma opção para os que prezam o sabor da vida que passa mais devagar a bordo de um trem.



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