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ÁFRICA DO ALTO
Voo turístico explora uma Namíbia que surpreende
Por quatro dias, repórter desbravou esse país cuja densidade populacional é uma das menores do mundo
DANILO VERPA
ENVIADO ESPECIAL À NAMÍBIA
Sobrevoar a Namíbia dá a impressão de que o homem ainda
não pisou por ali. A imensidão
da paisagem formada por dunas, desertos e savanas faz perceber que a solidão é a melhor
notícia para o viajante. Com 2,4
habitantes por quilômetro quadrado, o país está entre os menos povoados do mundo.
Ao longo de quatro dias, o silêncio é quebrado apenas pelos
dois motores de um avião Cessna, com capacidade para quatro
passageiros, que leva os visitantes para sobrevoar parte dos
825.000 km2 desse território
praticamente desconhecido
por turistas brasileiros.
A primeria parada da viagem
é no deserto da Namíbia, em
Sossusvlei. Ela termina com
um passeio pelo parque nacional Etosha. O voo passa ainda
pela costa do Esqueleto, pelas
formações geológicas de Ugab
e pela região de Kunene, próxima à divisa com a Angola.
Veem-se de navios naufragados na costa e centenas de focas se banhando no oceano
Atlântico, a gravuras rupestres,
uma praia de pedras e as dunas
do vale Hartmann.
Em solo, o visitante tem um
dos raros encontros com o povo local, os nômades himba.
Percorre, a bordo de veículo
com tração nas quatro rodas, a
gigantesca região de Kunene
ou navega entre os crocodilos
do caudaloso rio Kunene.
Populares
O parque nacional Etosha -
uma das maiores reservas naturais da África-, o deserto da
Namíbia, que é um dos maiores
e mais antigos do mundo, e a
costa do Esqueleto são os destinos mais procurados pelos turistas. Mas, com um guia especializado e mais tempo -no mínimo uma semana-, dá para
explorar regiões mais escondidas, como Kunene e Ugab.
As distâncias a serem percorridas são grandes e tomam bastante tempo: o trajeto da capital, Windhoek, até o deserto da
Namíbia leva seis horas e meia,
ora em estrada de asfalto, ora
em caminho de cascalho.
Da capital até o parque nacional Etocha são outras cinco horas de jornada. Todas as rodovias têm pista simples, mas de
boas condições de tráfego, asfalto e sinalização.
Se é raro ver pessoas, os animais são abundantes. É preciso
estar com a máquina fotográfica sempre ligada para registrar
elefantes, zebras, gnus e veados
vagando pela savana.
Com sol e sem chuva
Com cerca de 300 dias ensolarados por ano e um clima semidesértico, o país é um dos
mais áridos da África Austral.
A umidade é inferior a 10%
no inverno e varia entre 50% e
80% no verão -quando as temperaturas ficam entre 20C e
34C durante o dia e em torno
de 18C à noite.
Já no inverno, durante o dia,
a temperatura vai de 18C a
22C; à noite, cai para entre
0C e 11C. A pouca chuva ocorre entre janeiro e março.
A Namíbia faz divisas com
África do Sul, Botsuana, Angola
e Zâmbia e só se tornou independente em 1990.
Descoberta pelos navegadores portugueses Diogo Cão, em
1485, e Bartolomeu Dias, em
1486, a região não foi reconhecida de imediato pela coroa
portuguesa.
Foi apenas em 1885, durante
a Conferência de Berlim, que a
Alemanha passou a administrar o território do sudoeste
africano até a derrota na Primeira Guerra Mundial.
A partir daí, o país ficou, por
106 anos, sob domínio da África
do Sul, país ao qual ainda é bastante ligado economicamente.
A moeda local é o dólar namibiano, cuja cotação equivale à
do rand sul-africano (ambas,
assim como o dólar norte-americano, são aceitas no país).
A mineração e a pesca são as
principais fontes de renda namibianas, seguidas pelo turismo, que tem crescido. Em
2003, foram 695 mil visitantes;
em 2007, foram 928 mil turistas -e o setor foi responsável
por 15,5% do PIB. Alemães,
franceses, australianos e belgas
são os que mais visitam o país.
A língua oficial é o inglês, falada por só 7% da população; os
idiomas mais usados são africâner (60%) e alemão (36%).
O repórter-fotográfico DANILO VERPA viajou a
convite da companhia aérea South African Airways (SAA) e do Namibia Tourism Board
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