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Cantor diz que ritmo vem do forrobodó e do fuzuê
DO ENVIADO ESPECIAL
"Fique à vontade. Aqui pode fumar, beber, jogar, fazer o diabo a
quatro". Foi assim que o forrozeiro Biliu de Campina, 54, recebeu a
reportagem da Folha em sua casa.
Ele é um dos mais badalados
cantores do forró pé de serra, tocado com triângulo, zabumba e
sanfona, e detona o que batizou
de "forró eletrônico", tocado com
teclado e outros instrumentos. "É
um modismo descaracterizante."
Ele conta que, quando fez um
show em São Paulo, perguntaram
se ele tocava forró universitário,
ao que respondeu: "Já fiz Ph.D.,
mestrado e licenciatura".
O "Ph.D." ensina que, antes da
sanfona, o forró era tocado com
rabeca e viola. "A sanfona ganhou
espaço pelo timbre, pelo peso natural. É um instrumento versátil."
Fã do paraibano Jackson do
Pandeiro, Biliu pretende lançar
um CD com releituras do compositor e músicas próprias. "Não
tenho muitos discos. Desde o
final dos anos 70 até hoje, lancei seis."
Ele transforma suas críticas
em músicas, como em "Cantando Forró à Força" ("Há
muita gente cantando forró à
força/ mas anda dizendo que
dá força pro forró") e "Travestido de Forrozeiro" ("Há muito travestido por aí de forrozeiro/Passando gato por lebre/
Querendo me tapear"), ambas
do CD "Forrobodologia".
Biliu explica que "forrobodó" significa "festa, fuzuê, fuzarca". "Foi daí que surgiu o
termo "forró", não da expressão inglesa "for all", como gostam de propagar por aí."
Biliu de Campina faz shows
no parque do Povo, nos dias 9,
13 e 23/6, na casa de shows
Spazzio, no dia 21, e na Vila
Forró, nos dias 22, 24 e 29.
(AP)
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