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São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2003

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Cantor diz que ritmo vem do forrobodó e do fuzuê

DO ENVIADO ESPECIAL

"Fique à vontade. Aqui pode fumar, beber, jogar, fazer o diabo a quatro". Foi assim que o forrozeiro Biliu de Campina, 54, recebeu a reportagem da Folha em sua casa.
Ele é um dos mais badalados cantores do forró pé de serra, tocado com triângulo, zabumba e sanfona, e detona o que batizou de "forró eletrônico", tocado com teclado e outros instrumentos. "É um modismo descaracterizante."
Ele conta que, quando fez um show em São Paulo, perguntaram se ele tocava forró universitário, ao que respondeu: "Já fiz Ph.D., mestrado e licenciatura".
O "Ph.D." ensina que, antes da sanfona, o forró era tocado com rabeca e viola. "A sanfona ganhou espaço pelo timbre, pelo peso natural. É um instrumento versátil."
Fã do paraibano Jackson do Pandeiro, Biliu pretende lançar um CD com releituras do compositor e músicas próprias. "Não tenho muitos discos. Desde o final dos anos 70 até hoje, lancei seis."
Ele transforma suas críticas em músicas, como em "Cantando Forró à Força" ("Há muita gente cantando forró à força/ mas anda dizendo que dá força pro forró") e "Travestido de Forrozeiro" ("Há muito travestido por aí de forrozeiro/Passando gato por lebre/ Querendo me tapear"), ambas do CD "Forrobodologia".
Biliu explica que "forrobodó" significa "festa, fuzuê, fuzarca". "Foi daí que surgiu o termo "forró", não da expressão inglesa "for all", como gostam de propagar por aí."
Biliu de Campina faz shows no parque do Povo, nos dias 9, 13 e 23/6, na casa de shows Spazzio, no dia 21, e na Vila Forró, nos dias 22, 24 e 29. (AP)


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