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VIAGENS EM ALERTA
Pese os prós e os contras ao escolher a próxima viagem
Aumento do número de casos da gripe A (H1N1) em áreas determinadas do globo leva turistas à reflexão
DA REPORTAGEM LOCAL
A pandemia da gripe A
(H1N1) -num primeiro momento chamada de gripe suína,
nome abandonado pela Organização Mundial da Saúde
-vem atrapalhando os planos
de viajantes em todo o mundo.
Conforme o vírus se espalha
pelo globo, mais destinos -e
viagens- são afetados.
Primeiro, foram México, Canadá e Estados Unidos. Com o
aumento dos casos no Chile e
na Argentina, o Ministério da
Saúde recomendou que as viagens para os dois destinos
-muito populares entre os brasileiros- fossem adiadas.
A recomendação do governo
brasileiro gerou reação da presidente chilena, Michelle Bachelet, que criticou a orientação, dizendo que "a única solução é trabalhar em conjunto, e
não fechar portas".
Na Argentina, onde a gripe A
foi um dos motivos da renúncia
da ministra da Saúde, Graciela
Ocaña, na segunda-feira, a recomendação foi avaliada como
razoável.
Anteontem, a cidade de Buenos Aires e mais quatro Províncias declararam emergência sanitária. Segundo o Ministério
da Saúde argentino, o país registrava 26 mortes até terça-feira -a imprensa local estimava os óbitos em mais de 40.
A maioria dos médicos ouvidos pela Folha recomenda que
pessoas do chamado grupo de
risco, mais suscetíveis a complicações,
não viajem neste momento.
"A letalidade da gripe A está
dentro do padrão da gripe comum. Fora do grupo de risco, a
decisão é da pessoa. Mas é preciso viajar consciente da situação", diz Juvêncio Furtado,
presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
É fato que muitas viagens envolvem a prevenção de doenças
presentes em outros países ou
mesmo em regiões diferentes
do Brasil - neste ano, até o último dia 19, a Bahia havia registrado 92.743 casos de dengue,
com 55 mortes, segundo a secretaria de Saúde do Estado.
Muitas doenças apresentam
um índice de letalidade muito
maior do que o da gripe A - a
raiva, por exemplo, tem taxa de
mortalidade praticamente de
100%, e a febre amarela, também presente no Brasil, tem letalidade de 20% a 50% nos casos mais graves.
A gripe A também vem ganhando mais força no Brasil. A
primeira morte pela doença no
país foi registrada no último
domingo. Até o fechamento
desta edição, na última terça-feira, o país registrava 680 casos confirmados. No mundo
todo, segundo o último boletim
da OMS, de 29/6, o total acumulado era de 70.893 casos
-com os novos casos brasileiros, 70.948- e 311 mortes
Quem desistir da viagem deve se informar sobre a possibilidade de receber o dinheiro
gasto de volta ou de mudar o
destino. Para o Procon-SP, as
operadoras e agências devem
devolver o dinheiro sem multa.
Quem decidir encarar a viagem apesar da gripe A pode tomar cuidados para evitar o contágio, como ficar longe de aglomerações e lavar as mãos várias vezes ao dia. E se preparar
para, eventualmente, passar alguns dias confinado, no destino
escolhido ou de volta ao Brasil.
(MARINA DELLA VALLE, MAURÍCIO MORAES, PRISCILA PASTRE-ROSSI, SILVIO
CIOFFI)
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