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ISRAEL PROFANO
Cidade é cosmopolita
Bairro Jaffa vale passeio à beira-mar em Tel Aviv
do enviado especial a Israel
Tel Aviv é, antes de qualquer
coisa, uma cidade. Prédios altos e
modernos, carros espremidos entre ônibus, comércio cosmopolita
distribuído em profusão de shopping centers.
Tudo o que há de sagrado em
Jerusalém é profano em Tel Aviv.
É possível encontrar com mais facilidade um judeu ortodoxo no
bairro paulistano de Higienópolis
do que na avenida Ben Yehuda,
uma das artérias da cidade.
Não que essa avenida seja das
veias mais interessantes de Tel
Aviv. É em um calçadão à beira-mar, com uma ligeira pitada de
carioquice, que se concentram alguns de seus melhores passeios.
Nas manhãs de sábado, a parte
mais à direita da praia para quem
olha o mar Mediterrâneo vira um
salão de baile. Algumas poucas
dezenas de casais ensaiam ali passos de danças judaicas.
Quem percorrer o calçadão no
sentido inverso ganha o presente
de chegar ao pedaço mais antigo,
e talvez mais bonito, de Tel Aviv.
Bonito é o próprio nome do bairro em questão. Esse é o significado da palavra hebraica Yafo. Jaffa,
como também é conhecida essa
área, é tido como o local em cujas
cercanias se desenrola o episódio
bíblico de Jonas, o profeta que
passa três dias e três noites no
ventre de um grande peixe (uma
baleia, em algumas leituras).
A parte mais antiga da Jaffa
atual é do século 12, quando os
cruzados tomaram a região. Mas
muito antes a história já deixara
marcas ali. Existem estimativas de
que 20 cidades estejam soterradas
em Jaffa, por onde passaram de
egípcios, no século 18 a.C., a ingleses, até metade deste século.
O sultão Saladino, Ricardo Coração de Leão e Luis 9º, da França,
foram alguns dos protagonistas
desses quase 40 séculos na região,
hoje dos artistas e dos comerciantes, ambos com produção direcionada aos turistas. Se o conteúdo
comercial das galeriazinhas não
acrescenta muito, suas fachadas,
dispostas como um mercado árabe, fazem valer uma caminhada.
(CASSIANO ELEK MACHADO)
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