São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011

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Luminoso e extenso, Salar de Uyuni tem múmias pré-incaicas

Planície revela horizonte totalmente branco que contrasta com tons de azul do céu, em 360º

Vulcão Tunupa guarda a mais bela vista do salar; quem resolve encará-lo deve sair antes de o sol nascer

DO ENVIADO À BOLÍVIA

O carro segue por quilômetros de planície branca -um branco que chega a arder os olhos, sendo impossível abri-los sem óculos de sol.
A trilha sonora fica a cargo do motorista e toca somente música folclórica boliviana. A impressão naquele momento é a de que você está em um filme do cineasta norte-americano Quentin Tarantino, mas a cena, real, acontece no Salar de Uyuni.
Uma das paradas ocorre nas chamadas rachaduras de sal. Após a temporada de chuvas na região, os lagos -que chegam a formar um espelho d'água entre dezembro e março- começam a secar, formando um rastro de linhas poligonais no salar.
A planície apresenta um horizonte totalmente branco em contraste aos tons de azul do céu, em 360º.
O carro continua a percorrer a imensidão branca, até que, ao fundo, um ponto verde aparece. O guia avisa que chegamos à Ilha do Pescado, uma das 26 ilhas encontradas em Uyuni.
Cáctus enormes, alguns com 12 metros de altura, estão por toda a parte e fazem com que o salar e suas estranhezas envolvam o visitante.
Essas plantas, conta o guia Cleto Muraña, costumam crescer 1 cm por ano. Isso leva a crer que os mais antigos tenham 1.200 anos de idade.
Distante dali, um ponto alto é aquele que leva à mais bela vista do salar. Mas, para chegar aos 5.432 metros de altitude do vulcão Tunupa, é preciso fôlego -e tempo. Se decidir se aventurar, é bom se preparar para sair antes de o sol nascer e voltar quando ele já estiver se pondo.
Escalar o Tunupa, entretanto, não é o único atrativo. Subindo parte do monte, o carro leva turistas até o início de uma trilha. A caminhada, silenciosa, serve para revelar "as múmias" aos visitante.
A trilha termina numa gruta, fechada por uma porta de ferro. Quando o guia abre e diz "entrem, vão ver as múmias", o grupo se entreolha, como quem lembra uma cena de um filme de suspense. Dos sete, dois, mais ressabiados, ficam do lado de fora.
Estão lá cinco múmias pré-incaicas: duas de adultos e três de crianças, conservadas pelos locais. A superstição considera má sorte retirá-las dali.
(RAFAEL MOSNA)


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