DA REDAÇÃO

Uma banda paulistana de gaitas de foles da Escócia formada principalmente por brasileiros fascinados por esse instrumento e também pela percussão escocesa será uma das atrações da ExpoBelta. A The Scottish Link Pipe Band -www.slpb.mus.br- tocará nos dois dias do evento que acontece neste final de semana.
A gaita de foles, apesar de tradicionalmente associada à Escócia, foi desenvolvida na Antigüidade no Egito, na Caldéia (que era uma região da Ásia) e na Grécia. Foram os romanos que levaram o instrumento às ilhas Britânicas, onde se enraizou como instrumento militar e popular. A fama da gaita de foles escocesa é creditada aos gaiteiros que até a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) lideravam o ataque da infantaria do Exército britânico contra o inimigo.
O gaitista-mor da The Scottish Link Pipe Band, Cristiano Bicudo, 36, diz ser o pioneiro da gaita de foles no Brasil. "Antes de mim, havia interessados que tocavam de forma improvisada. Fui o primeiro a ter uma formação acadêmica no instrumento."

Aprendizado
De 1985 a 1992, Bicudo passou em Glasgow, Escócia, os períodos de férias da faculdade de direito que cursava no Brasil. Em território gaélico, aprimorou seus conhecimentos na gaita de foles. A viagem de 1992 ele fez acompanhado de outros cinco jovens brasileiros interessados na tradição musical escocesa.
Ao voltarem, formaram o Scottish Link, que virou The Scottish Link Pipe Band em 1995, quando o grupo fez suas apresentações inaugurais no Festival de Inverno de Campos do Jordão. Contava então com nove integrantes, número que nos anos seguintes chegou a 20, entre brasileiros, americanos, escoceses e um argentino. No momento, a banda tem 15 músicos, dez nas gaitas e cinco na percussão.
As apresentações em Campos do Jordão acontecem anualmente. A banda também já marcou presença no Cultura Inglesa Youth Festival e até no São Paulo Fashion Week. Mas os grandes momentos foram em 1997 e 1999.
Nesses anos, a The Scottish Link Pipe Band participou do Campeonato Mundial de Bandas de Gaitas de Foles. Eles concorreram na 4ª divisão. Foram os únicos representantes da América do Sul. Ficaram em 23º lugar na primeira vez e em décimo na segunda. Desde então, por falta de patrocínio, não conseguiram voltar ao Mundial. No ano passado, contudo, bancaram a ida ao primeiro Sul-Americano da categoria e trouxeram do Uruguai o título.
Para a ExpoBelta, Bicudo reserva uma surpresa. Quer misturar a tradição celta com as raízes brasileiras. "Será algo experimental."
Ele também dá aulas de gaita de foles, que diz ser um instrumento complexo. "Exige tempo de estudo e conhecimentos musicais."

Outras atrações
Alguns dos países participantes da ExpoBelta terão atrações que darão um gostinho de suas respectivas culturas. A Nova Zelândia estará representada pelo grupo Kapa Hapa, da Avondale College. O grupo tem seu ponto forte na música indígena e na performance da arte indígena maori. Já na área dedicada à Austrália haverá uma exposição de design do país, com roupas e jóias. E o Canadá será representado por um coral. Informações sobre as atrações de cada país no site www. belta.org.br. (LS)


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