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A ILHA
Medida do Ministério do Turismo restringe contato de trabalhadores do setor ao mínimo necessário
Regra proíbe gorjeta para cubanos
DA REDAÇÃO
Cuba ordenou que os trabalhadores da área de turismo restrinjam o contato com estrangeiros
ao mínimo estritamente necessário. A nova regra, que inclui não
aceitar gorjeta, integra um esforço
para defender o socialismo e
ameaça cortar drasticamente a
renda de empregados que trabalham no setor, principal fonte de
renda em moeda forte de Cuba.
Segundo a agência Reuters, a
justificativa das novas regras é
proteger os valores socialistas. A
medida é parte de uma série de
movimentos do governo para aumentar o controle estatal na ilha.
Para alguns cubanos, a decisão
soa como uma espécie de resgate
do estilo soviético de comando,
em vigor antes da abertura de Cuba para o turismo e para o investimento internacional nos anos 90.
A nova política coloca em risco
a qualidade do serviço dos hotéis,
que já não é propriamente um
ponto alto do país. "Turistas freqüentemente reclamam de baratas e da comida e não voltam", diz
o diretor de um grupo de comércio entre EUA e Cuba.
A resolução foi assinada pelo
ministro do Turismo da ilha, Manuel Marrero, um coronel do
Exército cubano encarregado de
disciplinar todo o setor. Ela ordena que os mais de cem mil empregados que trabalham na indústria
de turismo "mantenham a conduta fiel à pátria e o respeito à
Constituição, às leis socialistas e à
política do governo". Também
exige que eles portem uma permissão escrita caso queiram comparecer a festas em casa de não-cubanos, conclama-os a observar
a conduta de seus chefes estrangeiros e prega que eles declarem
presentes recebidos.
Rendimento
Gerentes de hotéis afirmam que
a regra vai acabar com o incentivo
dos empregados do setor.
Um cubano que trabalha no turismo ganha em média um salário
mensal de US$ 12 a US$ 15, pagos
em pesos cubanos, e depende fortemente das gorjetas para complementar sua renda. Com os extras, esses trabalhadores são alguns dos mais bem pagos da ilha.
Nos últimos meses, o dólar
-cuja posse havia sido regularizada em 1993- foi tirado de circulação na ilha.
John Kavulich, presidente do
Conselho de Comércio e Economia entre EUA e Cuba, que monitora os negócios com a ilha, disse
que a nova regra fere a indústria
do turismo. "Os empregados vão
ficar com medo de interagir com
os hóspedes", afirmou.
O ditador Fidel Castro disse que
a recentralização permite que o
Estado cubano renasça, como
uma fênix.
Com agências internacionais
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