|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DE VOLTA AO FUTURO
Beirute recupera condição de centro de negócios
Embaixada brasileira aponta o
potencial econômico do Líbano
BRIAN MICHAEL FRASER NEELE
especial para a Folha
Passados dois anos de minha
missão no Líbano, posso afirmar
que há inúmeras razões para ter
confiança no processo de reconstrução e desenvolvimento do país.
Beirute volta a ser centro comercial e financeiro, com empresários
agindo nos mercados dos países
do sudeste europeu, da Ásia Central e do Oriente Médio.
A cada semana, numerosas empresas estrangeiras abrem filiais
em Beirute, instalam empreendimentos novos ou associam-se aos
locais para expandir indústrias.
Só as empresas dos EUA estão
afastadas, porque o governo norte-americano mantém o embargo
à presença de seus nacionais no Líbano. E o Brasil pouco participa
desse processo, ao contrário da
Europa, Japão, China, Malásia e
países árabes.
E é no Brasil que existe a maior
comunidade de origem libanesa
do mundo. Somados, emigrantes e
seus descendentes são mais de 6
milhões -os primeiros vieram em
1860!-, quase o dobro da população do Líbano.
A integração entre os dois países
é um dos motivos por que hoje, no
Líbano e no Brasil, pouco se percebe o quanto tem sido grande a contribuição dos libaneses no Brasil.
Promoção cultural
Por isso, esta embaixada está
promovendo, em esforço com outros órgãos e com o setor privado
no Brasil e no Líbano, uma série
concatenada de promoções culturais e uma grande exposição comercial, em Beirute e em localidades vizinhas, para julho de 1997.
O objetivo é tornar o Brasil mais
bem conhecido pelos libaneses e
melhor conhecedor do Líbano e de
seu potencial de negócios.
Na área cultural, estão acertadas
uma exposição de artes plásticas
com obras dos principais artistas
de origem libanesa no Brasil (em
coordenação com o Museu Sursock, de Beirute), uma mostra de
fotografias ilustrando a vida dos
pioneiros da emigração libanesa
no Brasil (projeto do Ministério da
Cultura e Ensino Superior libanês)
e uma exposição de livros brasileiros, editados em francês, inglês e
árabe, e aqueles publicados no
Brasil que focalizam o Líbano (em
coordenação com a Librairie Dedicace, de Beirute).
Em fase de estudos, temos uma
quinzena de cinema brasileiro, exposição filatélica (com o apoio da
ECT -Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), a apresentação
de um ou mais grupos de dança em
coordenação com o Festival de
Beit Eddine, manifestações de música popular brasileira e uma semana de culinária do Brasil.
Na mostra comercial, será fundamental a participação de empresas brasileiras cujos principais dirigentes sejam libaneses ou descendentes de libaneses.
Paralelamente, quero estimular
o setor privado de ambos os países
a interagir e contribuir para a reconstrução e o progresso do Líbano, o que é também contribuir para a consolidação da paz em todo o
Oriente Médio.
Já está sendo acertada a realização de uma grande exposição brasileira em Beirute.
A feira tem em vista o mercado
libanês e deve apresentar os produtos e serviços brasileiros a empresários libaneses que atuam nos
países do Golfo Pérsico e nos outros países do Oriente Médio, assim como nos países da Europa
Oriental e nas novas repúblicas da
Ásia Central.
Pretende-se também fomentar,
por meio de seminários, mesas-redondas e encontros de homens de
negócios brasileiros e libaneses,
opções de empreendimentos conjuntos, no Brasil e no Líbano.
Brian Michael Fraser Neele é embaixador do
Brasil no Líbano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|