São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2004

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FEIRA

Evento realizado na Califórnia na semana passada deve gerar US$ 3 bi em negócios; Brasil é o 9º emissor de visitantes

EUA apostam na virada do turismo neste ano

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

"Depois de três anos de dificuldades, este é o ano da virada, e Los Angeles, na Califórnia, é o grande lugar para sinalizar essa recuperação", declarou William S. Norman, o presidente da Travel Industry Association of America (TIA), organização que congrega toda a indústria do turismo nos EUA, durante a 36ª edição do Pow Wow, realizada entre 24 e 28 de abril, gerando negócios estimados em US$ 3 bilhões.
Maior evento turístico norte-americano e um dos maiores do mundo, o Pow Wow reúne, a cada ano em uma cidade diferente, cerca de 5.000 profissionais do setor.
Neste ano, em uma Los Angeles que recém renovou seu centro, o Pow Wow exibiu vitalidade ao reunir 5.350 pessoas (entre fornecedores dos EUA, operadores de turismo de 72 países e 276 jornalistas internacionais), superando a edição de 2000. Com relação ao ano passado, quando ocorreu em St. Louis (Missouri), o evento foi 30% maior.
Mas, como nem tudo é céu de brigadeiro desde que os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA mudaram o mundo, o Pow Wow deste ano foi marcado por uma velada disputa entre a TIA (www.tia.org) e o governo dos EUA, interessado em endurecer as regras para a concessão de vistos para visitantes estrangeiros.
Luiz de Moura Jr., diretor da TIA no Brasil, comentou os números exibidos no evento, que colocam o Brasil como o nono maior emissor de turistas para os EUA em 2003, definindo o crescimento de 8% para 2004 como "modesto".
"No caso do Brasil, a TIA tem dados que mostram que, no primeiro trimestre de 2004, houve um crescimento de 50% em relação a igual período do ano passado", afirma o diretor.
Moura Jr. não só diz acreditar numa retomada do crescimento do número de visitantes que em geral se destinam aos EUA como arrisca que esse número será especialmente maior no caso do Brasil, declarando que "o dólar hoje está 25% mais barato que no ano passado, os produtos turísticos não encareceram em dólar e, de outro lado, a Europa encareceu e o câmbio em euros, também".

Ingredientes explosivos
Entre as personalidades presentes ao Pow Wow de Los Angeles, estavam o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, o prefeito de Los Angeles, James Hahn, e o presidente da Universal Studios, Larry Kurzweil, empresa cinematográfica e de entretenimento que já produziu muitos dos filmes de Schwarzenegger.
Mas as palestras mais técnicas e engajadas foram proferidas pelo próprio William S. Norman, presidente da TIA, que vem exortando o setor a se unir contra o endurecimento das regras para admissão de turistas por parte do governo dos EUA, declarando que "é preciso equilibrar as questões da segurança e da economia".
Bruce Wolff, vice-presidente da TIA e do grupo hoteleiro Marriott, bateu na mesma tecla, declarando: "Ficamos juntos nos tempos difíceis, precisamos manter a unidade agora que as coisas estão melhorando, e nossa missão é mostrar os EUA como um lugar seguro, onde há oportunidade, liberdade e democracia".
Segundo Wolff, a indústria do turismo gera 7 milhões de empregos no país, US$ 95 bilhões por ano em taxas e é responsável pela presença de 40 milhões de turistas estrangeiros anualmente. "O mais importante não é gerar riqueza, o que é fundamental é que nós mudamos a vida das pessoas, mostramos o país e por isso merecemos respeito do governo", disse.


Silvio Cioffi viajou aos EUA a convite da Travel Industry Association of America (TIA) e da empresa aérea Delta Airlines.


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