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FEIRA
Evento realizado na Califórnia na semana passada deve gerar US$ 3 bi em negócios; Brasil é o 9º emissor de visitantes
EUA apostam na virada do turismo neste ano
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
"Depois de três anos de dificuldades, este é o ano da virada, e Los
Angeles, na Califórnia, é o grande
lugar para sinalizar essa recuperação", declarou William S. Norman, o presidente da Travel Industry Association of America
(TIA), organização que congrega
toda a indústria do turismo nos
EUA, durante a 36ª edição do Pow
Wow, realizada entre 24 e 28 de
abril, gerando negócios estimados em US$ 3 bilhões.
Maior evento turístico norte-americano e um dos maiores do
mundo, o Pow Wow reúne, a cada
ano em uma cidade diferente, cerca de 5.000 profissionais do setor.
Neste ano, em uma Los Angeles
que recém renovou seu centro, o
Pow Wow exibiu vitalidade ao
reunir 5.350 pessoas (entre fornecedores dos EUA, operadores de
turismo de 72 países e 276 jornalistas internacionais), superando
a edição de 2000. Com relação ao
ano passado, quando ocorreu em
St. Louis (Missouri), o evento foi
30% maior.
Mas, como nem tudo é céu de
brigadeiro desde que os atentados
de 11 de setembro de 2001 nos
EUA mudaram o mundo, o Pow
Wow deste ano foi marcado por
uma velada disputa entre a TIA
(www.tia.org) e o governo dos
EUA, interessado em endurecer
as regras para a concessão de vistos para visitantes estrangeiros.
Luiz de Moura Jr., diretor da
TIA no Brasil, comentou os números exibidos no evento, que colocam
o Brasil como o nono maior emissor de turistas para os EUA em
2003, definindo o crescimento de
8% para 2004 como "modesto".
"No caso do Brasil, a TIA tem
dados que mostram que, no primeiro trimestre de 2004, houve
um crescimento de 50% em relação a igual período do ano passado", afirma o diretor.
Moura Jr. não só diz acreditar
numa retomada do crescimento
do número de visitantes que em
geral se destinam aos EUA como
arrisca que esse número será especialmente maior no caso do
Brasil, declarando que "o dólar
hoje está 25% mais barato que no
ano passado, os produtos turísticos não encareceram em dólar e,
de outro lado, a Europa encareceu
e o câmbio em euros, também".
Ingredientes explosivos
Entre as personalidades presentes ao Pow Wow de Los Angeles,
estavam o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, o
prefeito de Los Angeles, James
Hahn, e o presidente da Universal
Studios, Larry Kurzweil, empresa
cinematográfica e de entretenimento que já produziu muitos
dos filmes de Schwarzenegger.
Mas as palestras mais técnicas e
engajadas foram proferidas pelo
próprio William S. Norman, presidente da TIA, que vem exortando o setor a se unir contra o endurecimento das regras para admissão de turistas por parte do governo dos EUA, declarando que "é
preciso equilibrar as questões da
segurança e da economia".
Bruce Wolff, vice-presidente da
TIA e do grupo hoteleiro Marriott, bateu na mesma tecla, declarando: "Ficamos juntos nos tempos difíceis, precisamos manter a
unidade agora que as coisas estão
melhorando, e nossa missão é
mostrar os EUA como um lugar
seguro, onde há oportunidade, liberdade e democracia".
Segundo Wolff, a indústria do
turismo gera 7 milhões de empregos no país, US$ 95 bilhões por
ano em taxas e é responsável pela
presença de 40 milhões de turistas
estrangeiros anualmente. "O mais
importante não é gerar riqueza, o
que é fundamental é que nós mudamos a vida das pessoas, mostramos o país e por isso merecemos respeito do governo", disse.
Silvio Cioffi viajou aos EUA a convite da
Travel Industry Association of America
(TIA) e da empresa aérea Delta Airlines.
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