São Paulo, segunda-feira, 03 de julho de 2000


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Todos os tons do Caribe

Silvia Corrêa/Folha Imagem
Funcionária do museu Pirates of Nassau



Turistas que visitam a região se limitam a resorts e navios, apesar da riqueza da cultura local


CARIBE INGLÊS
Coloração das águas do país varia entre o turquesa caribenho e o marinho atlântico
Mar é melhor suvenir das Bahamas

SÍLVIA CORRÊA
ENVIADA ESPECIAL A NASSAU

Há uma história comum nas Bahamas. Contam por lá que os astronautas da Apolo 12 identificaram o arquipélago do espaço, graças à cor de suas águas.
Deve ser história de pescador -que não são poucos por lá-, mas a coloração do mar, que vai do turquesa caribenho ao marinho atlântico, está entre aquelas coisas que a gente traz da viagem e não esquece nunca mais.
Conhecido paraíso fiscal com mais de 400 bancos -que oferecem contas numeradas à moda suíça e sigilo total à siciliana-, as Bahamas são um curioso país, de 13.940 km2, composto só de ilhas, a maioria deserta.
Oficialmente, são 700 -só 31 são habitadas-, mas todos sabem que dezenas de pedaços de terra estão fora das contas.
As ilhas são minúsculas, o que faz do mar uma paisagem presente de qualquer ponto delas -pela vista, pelo cheiro ou pelo constante grito das gaivotas (impossível comer sem que uma delas belisque uma batata ou um farelo).
As águas são totalmente transparentes até dez metros de profundidade. E não espere achar nada muito mais profundo. O mar que banha as ilhas é tão raso que deu o nome ao arquipélago: "baja mar" (mar baixo, em espanhol), que virou Bahamas na pronúncia dos anglo-saxões.
Os espanhóis foram os primeiros a desembarcar nas ilhas, em 1492. Áridas, as terras foram abandonadas e caíram nas mãos dos colonizadores ingleses.
Nas ruas, há traços fortes da colonização: a mão de direção, o sotaque dos nativos, a população predominantemente negra (descendente dos escravos) e as dezenas de Queen's Highway -nome comumente dado à estradinha principal de cada uma das ilhotas.
A aridez e a beleza natural empurraram o arquipélago para o óbvio: o turismo. Ele recheou o país de cassinos e resorts, garantindo aos ilhéus a renda per capita de US$ 11.800 -bem mais do que o dobro da brasileira.
Hoje, a menos de uma hora de vôo de Miami, o arquipélago é um dos destinos preferidos dos norte-americanos e canadenses.
Eles são cerca de 95% dos 3 milhões de viajantes que desembarcam nas ilhas todos os anos. Além da pouca distância, encontram nas Bahamas a facilidade da língua e do dinheiro -fala-se inglês, e o dólar norte-americano é aceito como moeda corrente, com o mesmo valor do dólar local. O fluxo de turistas faz do inverno no Hemisfério Norte sinônimo de alta temporada nas Bahamas.
Para os brasileiros, porém, não é a melhor temporada, pois os preços (já normalmente altos) dobram, e a temperatura é baixa para quem vive em um clima tropical. Da mesma forma, evite o verão deles -época de furacão. Prefira os meses de abril, maio e novembro, sem esses entraves.
Não esqueça de carregar um visto para os EUA (necessário na conexão aérea), filmes (caríssimos lá), roupa de banho e um casaquinho -as distâncias de Bahamas e São Paulo até a linha do Equador são iguais. Portanto a temperatura pode cair à noite.


Sílvia Corrêa viajou a convite da rede de hotéis SuperClubs.


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