São Paulo, segunda, 3 de agosto de 1998

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FOLCLORE VIVO
Homenagens a Nossa Senhora do Rosário, a protetora dos negros, ocupam igrejas, ruas e praças, este mês
Ciclo do Congado invade Divinópolis (MG)

MAURO EUSTÁQUIO FERREIRA
free-lance para a Folha

Durante este mês, Divinópolis (a 110 km de Belo Horizonte), em Minas Gerais, é cenário do Congado, ciclo de festas que homenageia Nossa Senhora do Rosário, protetora dos negros. Cultua-se também a não-canonizada princesa Isabel, que aboliu a escravatura no Brasil, e outros santos católicos.
Durante a festa, todos os congadeiros levam a tiracolo um rosário de contas de lágrimas de Nossa Senhora do Rosário. A sacra devoção é manifestada por um ritual composto de rezas, cantos, danças e gestos dramáticos. Tudo é praticado nas igrejas, nos seus adros ou levados em cortejos e evoluções coreográficas pelas ruas e praças.
O Congado é constituído de vários grupos -com variado número de pessoas- chamados de "guardas", "ternos", "cortes", "companhias", "bandas" ou "batalhões", cada um com seu uniforme, sua história, suas lendas e características próprias.
De acordo com o folclorista Saul Martins, presidente de honra da Comissão Mineira de Folclore, cada guarda possui vestuário e coreografia próprios e tem função bem definida no Congado.
Há guardas com 12, 30, 40 ou mais integrantes, além do bandeireiro, que leva à frente a bandeira e carrega uma sacola para recolher as esmolas dos fiéis, todos comandados por um ou mais capitães.



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