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FOLCLORE VIVO
Homenagens a Nossa Senhora do Rosário, a protetora dos negros, ocupam igrejas, ruas e praças, este mês
Ciclo do Congado invade Divinópolis (MG)
MAURO EUSTÁQUIO FERREIRA
free-lance para a Folha
Durante este mês, Divinópolis (a
110 km de Belo Horizonte), em
Minas Gerais, é cenário do Congado, ciclo de festas que homenageia
Nossa Senhora do Rosário, protetora dos negros. Cultua-se também a não-canonizada princesa
Isabel, que aboliu a escravatura no
Brasil, e outros santos católicos.
Durante a festa, todos os congadeiros levam a tiracolo um rosário
de contas de lágrimas de Nossa Senhora do Rosário. A sacra devoção
é manifestada por um ritual composto de rezas, cantos, danças e
gestos dramáticos. Tudo é praticado nas igrejas, nos seus adros ou
levados em cortejos e evoluções
coreográficas pelas ruas e praças.
O Congado é constituído de vários grupos -com variado número de pessoas- chamados de
"guardas", "ternos", "cortes",
"companhias", "bandas" ou
"batalhões", cada um com seu
uniforme, sua história, suas lendas e características próprias.
De acordo com o folclorista Saul
Martins, presidente de honra da
Comissão Mineira de Folclore, cada guarda possui vestuário e coreografia próprios e tem função
bem definida no Congado.
Há guardas com 12, 30, 40 ou
mais integrantes, além do bandeireiro, que leva à frente a bandeira e
carrega uma sacola para recolher
as esmolas dos fiéis, todos comandados por um ou mais capitães.
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