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SUL DA BAHIA
Após o percurso pelo rio, turista aproveita parada em quintal de pescador para degustar caranguejos
Passeio pelo Buranhém revela mangue
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE ARRAIAL D'AJUDA
O rio Buranhém nasce na pedra do Cachorro, na serra dos
Aimorés, em Santo Antônio de
Jacinto (MG), e tem 148 km de
curso (cerca de cem estão na
Bahia) até sua foz, no oceano
Atlântico. Dizem os locais, com
orgulho, que o Buranhém serviu como via para os portugueses chegarem a Porto Seguro.
No ciclo do cacau, barcos carregados com a fruta subiam e
desciam pelas águas do rio.
Hoje, apenas pequenas embarcações de pescadores locais
dominam o rio. Muitas delas
navegam apenas com a força
dos remos de seus marinheiros.
Ao longo de todo o percurso
há um trecho de mangue.
Quando a maré está mais baixa,
é possível ver a terra lodosa e as
raízes saltadas e retorcidas das
árvores. Não é preciso muita
atenção para ver, quase camufladas na lama, levas de pequenos caranguejos chama-maré.
Ao menor movimento da
água eles rumam à terra firme.
São pequeninos e mexem a pata na direção do rio, como se
"chamassem a maré"
Com menos de uma hora na
água, o barco atraca em um ancoradouro no terreno do pescador que atende pelo nome de
seu Tancinho. Ele vive em uma
casa simples, no leito do rio,
com sua mulher, dona Helena.
No quintal, em meio às mesas de madeira, há árvores, palmeiras de dendê e caranguejos
guaiamum. O visitante pode escolher o caranguejo que quer
comer. Dona Helena limpa e
cozinha o bichinho, servido
com vinagrete ou pirão (em
média R$ 10 por pessoa) numa
das mesas do quintal.
O caranguejo é servido inteiro e, para facilitar o que os baianos chamam de "cata" (a quebra da casca para saborear a
carne), seu Tancinho oferece
uma tábua e um martelinho,
muito charmosos, produzidos
por ele mesmo.
Quem quiser conhecer um
pouco mais do Buranhém pode
subir outro trecho do rio, de canoa, até a ilha do Pau do Macaco (o passeio sai por cerca de R$
30). Em algumas partes, há belos igarapés floridos, e a água e
o entorno lembram os caudalosos rios amazônicos.
A bordo da lancha ou da canoa, a brisa que vem do rio faz
com que o visitante sinta menos o calor. Mas não se iluda.
Antes de sair, passe protetor
solar e leve um boné. Tenha
sempre um repelente à mão.
Se tiver de esperar a maré subir no quintal de seu Tancinho,
passe repelente nas pernas. O
lugar é simples e muito bem
cuidado. Um ou outro borrachudo ou formiga que escapa
do veneno que o pescador aplica nas mesas faz pequenos e
chatos estragos.
(ANA SOUSA)
ECO ADVENTURE EXPEDIÇÕES
O passeio sai por R$ 70 por pessoa
(com um mínimo de cinco pessoas)
Reservas: 0/xx/73/3575-8568
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