Mulheres dominam atividades a cavalo

DA ENVIADA ESPECIAL A MOCOCA

Embora no Brasil as cavalgadas sejam associadas à figura masculina, a atividade é feita majoritariamente por mulheres. Na agência Cavalgadas Brasil, 60% dos clientes são mulheres. "No mercado internacional esse número é de 70%", diz Paulo Junqueira, dono da empresa, no ramo há cinco anos.
O cavaleiro Pedro Aguiar endossa: "Tem muito mais mulher nesse meio e elas são muito melhores que os homens. Dão de dez a zero". Questionado sobre a razão dessa diferença, Aguiar afirma que elas "têm mais garra, mais fibra". "Os meninos são muito moles e, de uma forma geral, as meninas são bem mais aguerridas, vão mais a fundo."
No livro "Criando Meninas" (editora Fundamento), a educadora e psicóloga alemã Gisela Storz dedica um capítulo sobre a relação entre garotas e cavalos. "Na educação da menina, a atividade de andar a cavalo revela à ela que a adaptação ao cavalo não significa submissão", afirmou, em entrevista à Folha. "Grandeza, força e velocidade verso obediência são misturados nessa relação, que encoraja a jovem amazona a tentar o que nunca fez."
Gisela diz que não há nenhuma explicação científica para a paixão e o sucesso das mulheres com os cavalos, mas que, principalmente na Europa, os campeões de competições de adestramento de cavalo são do sexo feminino.
"Em geral, as meninas gostam tanto de se sentir protegidas como de se sentir poderosas e autônomas", afirma Gisela. "Uma mulher que aprende como guiar um cavalo ganha muito em autoconfiança, porque o cavalo é sempre mais forte que o ser humano, mas permite ser guiado."

Com emoção
De acordo com Gisela, mulheres cavalgam melhor porque têm uma relação emocional com o animal. "Os homens têm uma relação de senhor e escravo, enquanto as mulheres respeitam e admiram a sensibilidade dos cavalos, e os tratam como amigos."
(LUISA ALCANTARA E SILVA)


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