São Paulo, segunda, 4 de agosto de 1997.



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Ilhas nos três oceanos são sobra de um domínio de 10.400.000 km
Polinésia lembra a grandeza do Império Colonial Francês

da Reportagem Local

A Polinésia Francesa é uma das últimas -e, a mais de 17 mil quilômetros de Paris, das mais distantes- lembranças do Império Colonial Francês.
Descobertas por um navegador espanhol em 1595, as ilhas passaram para efetivo controle francês no século passado.
Inicialmente protetorado, depois colônia, a Polinésia conheceu uma mudança de status a partir de 1940.
Nesse ano, o território se aliou aos Franceses Livres, do general Charles de Gaulle, e não à França pró-germânica de Vichy.
Dois anos depois, o território passou a participar efetivamente do esforço de guerra aliado, com uma base em Bora Bora.
Em 1946, a Polinésia passa a Território de Ultramar -união com a França confirmada em plebiscito 12 anos mais tarde.
Atualmente, a Polinésia é considerada parte da França, com representantes na Assembléia (2) e no Senado (1), em Paris.
Dois impérios
As Guerras Napoleônicas e o Congresso de Viena (1815) marcam a ruptura entre dois momentos da expansão francesa.
Do antigo império, que incluiu parte dos atuais Canadá e EUA, restaram apenas os Departamentos de Ultramar (Guadalupe, Martinica, Guiana e Reunião) e a Coletividade Territorial de Saint-Pierre e Miquelon.
No seu momento de maior robustez, entre 1871 e a Primeira Guerra Mundial (1914-18), o Império Colonial chegou a 10,4 milhões de quilômetros quadrados e 47 milhões de habitantes.
Se os custos da Primeira Guerra Mundial começaram a minar as bases dos impérios coloniais, a Segunda marcou o ponto irreversível da decadência.
A Quarta República, fundada após a guerra, substituiu o antigo Império pela União Francesa.
O ciclo de independências começou na Indochina, de onde os franceses saíram 1954.
O colapso da Quarta República em 1958 substituiu a União pela Comunidade Francesa. Uma nova onda de descolonização começou na Guiné.
Depois de 1960, restavam na África apenas a Argélia e os pequenos Djibuti e Ilhas Comores.
A primeira conseguiu a independência em 1962, depois de uma guerra de oito anos, e os outros dois, na década de 1970.
Lembranças
Diferentemente dos britânicos, que dão cidadania plena apenas a gibraltarinos e malvinenses, os franceses de ultramar são cidadãos e enviam representantes para as duas casas do Legislativo, em Paris.
Essas lembranças do Império estão espalhadas pelos três oceanos: Atlântico, Índico e Pacífico.
No Atlântico estão St.-Pierre e Miquelon (costa do Canadá), Martinica (Caribe) e a Guiana Francesa (América do Sul).
No Índico restam Mayotte, reivindicada pelas ilhas Comores, e Reunião. No Pacífico ficam Polinésia, Nova Caledônia e as ilhas Wallis e Futuna.



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