São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2011

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No inverno, explore 'outra' São Sebastião

Conheça uma típica cidade interiorana na baixa temporada, com temperaturas agradáveis e aspectos coloniais

Há mais de 500 anos, Vespúcio esteve nessas terras, batizando-as com o nome do santo do dia: são Sebastião


Guilherme Tosetto/Folhapress
Criança brinca com canhões do tempo do Império na rua da Praia, em São Sebastião

GUILHERME TOSETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SÃO SEBASTIÃO (SP)

São Sebastião sempre figura nos guias turísticos com suas praias, fazendo jus aos mais de 100 km de litoral. No verão, paulistanos lotam as areias e levam o frenesi e o transito caótico para as mais de 30 praias da cidade.
No inverno, com temperaturas agradáveis, o município revela outra faceta, a de uma típica cidade interiorana, com traços coloniais. É a oportunidade de ver a cultura caiçara e conhecer um pouco mais a história local.
Há mais de 500 anos, Américo Vespúcio esteve nessas terras, batizando-as com o nome do santo daquele dia: são Sebastião. E isso é só o começo de uma longa história que transformou a pequena vila em uma das cidades mais frequentadas do litoral norte de São Paulo.
Escondida pela serra do Mar, São Sebastião sempre foi um porto seguro, protegida por Ilhabela.
Entre as duas cidades se formou um canal que, desde os primórdios, foi usado como parada de navios da costa brasileira. Sendo ali a única entrada para a vila, a população vivia de certa maneira isolada, sem ligação por terra com outras localidades.
Em 1636, quando o povoado foi elevado à categoria de vila, a economia girava em torno da produção do açúcar e do porto, que escoava produtos da agricultura para o Rio de Janeiro e Santos. A população era oriunda de famílias de Santos ou São Paulo. Eram proprietários de pequenos comércios, que desenvolviam agricultura de subsistência ou que viviam da pesca.
A decadência econômica aconteceu com a abertura da ferrovia, que começou a escoar toda a produção do Estado pelo porto de Santos. A partir daí a cidade estagnou e ficou parada no tempo, sobrevivendo das atividades pesqueiras e artesanais.
A pequena cidade de traços coloniais só começou a se desenvolver na década de 50 com a abertura das estradas, atraindo timidamente alguns turistas aventureiros.
Na década de 60, a Petrobras chegou com força e causou a última e definitiva transformação: atraiu mão de obra para a construção do terminal marítimo e mudou a paisagem -alguns casarios antigos deram lugar a construções mais modernas, e os bairros se expandiram. Cresceu o turismo e a cidade se elevou a um dos destinos mais procurados no verão paulista.

VISTA DO PÔR DO SOL
Se o calor não for suficiente para um banho de mar ou para um sorvete na baixa temporada, dá para aproveitar a cidade de outras maneiras. Nesta época do ano, o sol se põe rapidamente, escondido entre a serra do Mar.
De qualquer lugar à beira-mar em São Sebastião, o entardecer é um dos pontos altos, com Ilhabela à frente.
A luz dourada no canal faz da água um espelho, e a paisagem bucólica, com os barcos ancorados e o vaivém dos pescadores, é um convite à contemplação na espera pelo próximo verão.
Na baixa temporada, dá para reviver o clima tranquilo dos primórdios da cidade.
Percorrer as ruas de pedra ao lado das casas coloniais e parar para ouvir "causos" dos caiçaras é uma verdadeira aula de história local.


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