São Paulo, Segunda-feira, 04 de Outubro de 1999
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TURISMO SELVAGEM
Repórter-fotográfica descreve aventura para ver um leão ao entardecer
Adriana Zehbrauskas/Folha Imagem
Uma das espécies de antílopes mais encontradas no Parque Nacional Hwange, o cudu possui longos chifres e pode pesar até 320 kg


Safári garante fortes emoções

ADRIANA ZEHBRAUSKAS
enviada especial ao Zimbábue

É começo de setembro e o vento sopra gelado no início da noite. A bordo de um Toyota aberto, enrolados em cobertores, partimos para o quarto e último safári do dia. A expectativa rivaliza com o cansaço, após um dia repleto de girafas, cudus e gnus.
Nosso guia e motorista pede silêncio, porque se aproxima um leão. Impossível descrever a sensação. O coração começa a bater forte, dá vontade de gritar.
Com a ajuda de um pequeno holofote, única luz disponível além dos faróis do carro, conseguimos identificar o animal, que, sentado na sua tranquila majestade, não esboça a menor reação. Os predadores aqui somos nós, ocorre-me, enquanto levanto a câmera e começo a disparar na escuridão. Depois de algumas dezenas de flashes, nós o espantamos.
Para nosso desespero, o guia desliga o motor do carro e apaga o holofote. No escuro da noite sem lua, ouvimos o rugir dos leões, que podem ser dois ou dez, tamanha a intensidade. O dedo quase congela pelo frio e pelo misto de pavor e adrenalina. Penso: "Minha vida nunca mais será a mesma".


Adriana Zehbrauskas viajou a convite da operadora Queensberry Viagens e Turismo


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