São Paulo, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2001

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HERANÇA ASTECA

Acervo retrata o casamento da pintora com Diego Rivera

Vida de Frida Kahlo fica intacta em sua casa-museu

DA ENVIADA ESPECIAL AO MÉXICO
A casa número 247 da Calle Londres foi deixada praticamente igual ao que era quando sua dona ainda morava lá.
Uma doação do muralista Diego Rivera em 1955 fez da Casa Azul, como era chamada, o museu Frida Kahlo. Foi lá que a pintora nasceu, passou a maior parte de sua vida, casou-se duas vezes com Diego Rivera e morreu.
Junto aos trabalhos de Frida, obras de Diego Rivera, Yves Tanguy, Paul Klee, José Clemente Orozco, Celia Calderón e Adrián Unzueta. Também estão expostos objetos pessoais, como os vestidos e o material de desenho de Frida, além de um livro-caixa com a contabilidade do casal entre maio e abril de 1947 e uma coleção de ex-votos (pequenas pinturas sacras feitas em retribuição a preces atendidas).
Ao lado da cozinha, com coloridos azulejos e um fogão branco, azul e amarelo, há peças de argila, cerâmicas e objetos de decoração.
Um desses objetos -um relógio com dois pássaros- marca a data de separação de Diego e Frida em setembro de 1939 e a reconciliação um ano e três meses depois, em dezembro de 1940, ao lado do nome dos dois.
No altar superior, o colete ortopédico de Frida ainda está sobre a colcha bordada da cama. A parede é decorada com retratos de Mao Tsé-Tung, Vladimir Lênin, Karl Marx, Léon Trótski e Friedrich Engels.
Ao lado do quarto, o estúdio de Frida mantém sua cadeira de rodas e grandes janelas com vista para o jardim, onde estão a coleção de Judas feitos de papel machê e o altar para o "días de los muertos" (leia na pág. G7).
Além do casamento com Diego Rivera -repleto de brigas e acusações de traição-, Frida também viveu um romance com o russo León Trótski.
Por causa de um acidente que sofreu aos 18 anos, a pintora não teve filhos. No seu "Retrato de Família", óleo sobre tela não datado, faces aparecem inacabadas e algumas pessoas estão sem rostos. É assim que ela retrata aqueles que não nasceram. (RENATA IETTO)


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