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Rota mostra Fumaça de todos os ângulos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com 340 m de altura, a cachoeira da Fumaça é a mais alta
do Brasil. A trilha que leva à base da Fumaça, chamada de Fumaça por baixo, é considerada a
mais radical da Chapada.
Em grande parte do tempo, a
caminhada se resume a subir e
descer serras muito íngremes.
O esforço é recompensado
pela paisagem e pelas cachoeiras. Uma das mais bonitas é a
do Palmital. Após horas andando sobre pedras, surge uma relva verde, aveludada, no melhor
estilo "O Senhor dos Anéis".
Pisando no veludo, a trilha dá
em um paredão de pedra, com
dezenas de bromélias vermelhas enormes. Após horas de
caminhada, o banho na água
gelada é inevitável.
A trilha dura três dias. A primeira parte é a mesma daqueles que só vão ver a Fumaça por
cima -trilha que tem sua origem no garimpo de diamante.
Para chegar à parte superior
da queda a trilha leva uma hora
e meia. Sobe-se a serra para depois seguir por trecho plano.
Quem segue para a base da
cachoeira passa reto, deixando
a vista superior para o final.
Após seguir pelo plano, vem a
descida da serra do Macaco, até
chegar à Toca do Macaco, onde
os grupos passam a noite.
A primeira noite ao relento é
emocionante. O receio de encontrar uma cobra ou escorpião é vencido pelo cansaço. E
deitar na pedra após o dia de caminhada é uma dádiva.
A barraca é um opcional geralmente descartado em razão
da relação entre custo e benefício: muito peso para quase nenhuma vantagem.
O segundo dia começa com a
caminhada pelo cânion que leva ao poço da Fumaça. A primeira perspectiva da cachoeira
já faz valer todo o esforço.
A volta se dá pelo mesmo caminho da ida. É preciso voltar à
Toca do Macaco e seguir para o
acampamento da segunda noite, perto da cachoeira do Capivara. Enquanto o grupo relaxa,
o guia prepara o jantar.
No terceiro dia, a primeira
parada é na cachoeira do Palmital. Logo cedo a caminhada
fica pesada. A manhã é dedicada a subir a serra do Palmital,
com vista de frente para a Fumaça. A trilha segue por um lajeado, passa por antigos garimpos e leva ao topo do paredão de
onde cai a água da Fumaça.
Após três dias caminhando é
inexplicável a sensação de colocar o peito no chão e a cabeça
para fora, sentir o vento e o barulho da água e olhar a paisagem, os pássaros planando em
círculos e a trilha percorrida.
A overdose de endorfina fez
com que o grupo da reportagem
terminasse a trilha correndo,
apesar dos três dias de caminhada forte.
(FB)
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