São Paulo, segunda, 5 de abril de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POROROCA CULTURAL
Lanzarote se parece com a Lua
Ilha é a musa de José Saramago

da enviada especial
ao Mediterrâneo e ao Atlântico


"Timanfaya é o único lugar do mundo, entre os que conheço, onde toma pleno sentido o cansado dito de que uma imagem vale mais que mil palavras." (José Saramago, "Cadernos de Lanzarote 2", Caminho)
Timanfaya é o parque nacional da ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias. Se, para você, a idéia de parque se associa imediatamente a muito verde, esqueça. Estar em Timanfaya é como estar na Lua.
O parque se parece com um deserto, mas, em vez de areia, tem muitas pedrinhas -pretas. Pedras maiores e montanhas completamente lisas, sem nenhuma vegetação, são o resultado das fortíssimas erupções vulcânicas que ocorreram entre os anos de 1730 e 1736 e de erupções menores que aconteceram no século 19.
Na montanha de Fogo, a terra é quente e a água, jogada em buracos, evapora-se em apenas alguns segundos, formando poderosos gêiseres.
Trezentos dromedários completam o panorama desértico do parque nacional. Eles servem basicamente como meio de transporte para turistas que querem passear pela região.
Foi nessa ilha, que tem praias de areias escuras e até mesmo uma "costa de lava", onde o verde do mar contrasta com o preto das pedras vulcânicas, que o último Nobel de Literatura, o português José Saramago, instalou sua casa, em 93, num povoado chamado Tías.
Desde então, ele escreve anualmente os "Cadernos de Lanzarote", diários que tornaram a ilha mais conhecida.

Tenerife
Bem mais habitada do que Lanzarote, Tenerife é a segunda ilha mais importante do arquipélago das Canárias.
A capital, Santa Cruz de Tenerife, é uma cidade sem grandes atrativos. O que se destaca em Tenerife é o complexo turístico de Puerto de la Cruz, uma vila simpática à beira-mar, cujas ruazinhas estreitas, só para pedestres, concentram bares e restaurantes.
As casas não dispensam os "balcones" -as varandas-, que estão presentes em quase todas as construções locais.
Em Orotava, bordados sem o "glamour" da ilha da Madeira são um pouco mais acessíveis ("pero no mucho"): um conjunto de toalha e guardanapos, por exemplo, pode sair por cerca de US$ 200.
(FERNANDA RAVAGNANI)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.