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PELAS ESTANTES
Entidade terá mostra permanente de obras e setor de livre acesso, onde o leitor poderá procurar livros
Biblioteca do Rio busca atrair turistas
CRISTINA TARDÁGUILA FERREIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dois projetos inovadores farão
que a Biblioteca Nacional do Rio
de Janeiro (www.bn.br) entre definitivamente no roteiro turístico
da Cidade Maravilhosa até o fim
do segundo semestre deste ano,
garante seu presidente, Pedro
Corrêa do Lago.
Com a inauguração de uma exposição permanente composta
por entre 80 e cem peças escolhidas a dedo no acervo da instituição e a abertura de uma biblioteca
de livre acesso, que permitirá ao
próprio leitor buscar nas estantes
o material que lhe interessa, o edifício instalado na avenida Rio
Branco, 219, desde 1910, pretende
disputar com outros pontos de visitação da cidade a atenção de turistas e curiosos em geral.
Segundo revelou Corrêa do Lago à Folha, a exposição permanente, com preciosidades que vão
de obras datadas de 1200 a trabalhos contemporâneos, ficará no
mezanino do quarto andar da biblioteca e reunirá, entre outras peças, a segunda Bíblia mais antiga
do mundo, a primeira cartilha em
português, do século 16, e alguns
retratos feitos pelo artista plástico
contemporâneo Vik Muniz. "Essa
não será de forma alguma uma
mostra para eruditos. Qualquer
um poderá apreciar e se entreter
com fotos antigas, manuscritos de
Castro Alves, trabalhos de Walt
Disney no Brasil e, até mesmo,
um dos menores livros do mundo, que faz parte do nosso acervo", acrescenta.
A biblioteca de livre acesso, por
sua vez, colocará à disposição do
público de forma direta, ou seja,
sem a intermediação dos funcionários da instituição, cerca de
3.000 livros sobre os mais diversos assuntos.
Dessa forma, "transformaremos o local em um verdadeiro
playground de adultos em pleno
centro da cidade", brinca Corrêa
do Lago, ao prometer que, até o
fim do segundo semestre de 2005,
as pessoas que trabalham na região poderão usar sua hora de almoço para ler um livro em meio à
tranqüilidade da biblioteca.
Indo às estantes, que terão uma
classificação temática (a consulta,
portanto, será mais fácil), os leitores ganharão tempo e verão outras obras relacionadas ao assunto que procuram. "O que certamente os instigará a não se ater
apenas a um livro e a ampliar seus
conhecimentos", ressalta Corrêa
do Lago, orgulhoso de estar finalmente dando os primeiros passos
para implantar dois projetos que
visam a transformar a instituição
que preside há mais de dois anos
em um centro cultural ativo do
Rio de Janeiro.
"A biblioteca é como uma tia-avó velha que a gente sabe que está sempre no mesmo lugar, mas
que costumamos não visitar muito porque ela não oferece atrativos evidentes. A biblioteca precisa
se abrir mais ao público e mostrar
que guarda maravilhas culturais
inigualáveis", diz o presidente.
A Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro é a instituição cultural
mais antiga do Brasil e é considerada a oitava maior biblioteca nacional do mundo, com um acervo
de 8 milhões de peças e com capacidade de atender mensalmente
15 mil pedidos de consulta. O
acervo inicial, trazido para o Brasil logo depois que Napoleão Bonaparte invadiu Portugal e obrigou a família real a se mudar para
o Rio colonial, recebe desde 1805
pelo menos um exemplar de toda
obra impressa no território nacional, razão pela qual se mantém
atual e ampla.
O edifício oferece um dos saguões mais impressionantes do
país, de arquitetura eclética, do
fim do século 19 e início do 20. Nele, misturam-se elementos neoclássicos e de art nouveau num estilo não muito valorizado na época de sua criação, mas com muitos fãs ao redor do mundo atualmente. A última reforma no local
aconteceu há dez anos e, sem dúvida, deixou-o pronto para se
transformar definitivamente em
mais um ponto de interesse turístico do Rio de Janeiro.
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro - Funciona de segunda a sexta, das 9h às 20h; e aos sábados, das 9h às 15h; entrada gratuita.
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