São Paulo, segunda-feira, 05 de julho de 2004

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TERE-FRI

Mato, picos e adrenalina rondam o parque

DO ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS E A NOVA FRIBURGO (RJ)

Criado em novembro de 1939 no governo de Getúlio Vargas, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Estado do Rio de Janeiro, tem 105 km2 e se caracteriza por picos cujas altitudes variam de 1.100 m a 2.263 m. Consta que seu nome vem da semelhança que esses picos têm com os tubos dos órgãos das igrejas.
Coberto pela mata atlântica, dono de uma natureza que deixou os colonizadores europeus boquiabertos e abrangendo os municípios de Teresópolis, Petrópolis, Magé e Guapimirim, o parque é considerado um paraíso dos montanhistas, apresentando caminhadas de diversos graus de dificuldade e mirantes de onde se avista até a baía da Guanabara.
Entre os animais facilmente avistados na mata, estão o macaco conhecido como monocarvoeiro, o maior do continente americano, porcos-do-mato, o gato-maracajá e também os tatus.
Cachoeiras como a Véu da Noiva, de 35 m de queda, muito visitada pela família real brasileira na época do Império, podem ser exploradas sem dificuldade, pois o acesso se dá por uma trilha leve, coberta de pedrinhas. A cachoeira das Andorinhas, a dez minutos da anterior, tem queda de 15 m e local onde é possível mergulhar.

Caminhos pouco suaves
Para conhecer o parque, convém estar acompanhado de um guia. Para isso o visitante deve se dirigir ao Centro de Visitantes Von Martius, instalado no local que foi sede de uma fazenda, ou ao Centro de Visitantes Cenário Verde, onde painéis mostram as particularidades do local.
Entre os picos mais íngremes estão a pedra do Sino, a pedra do Açu, o Dedo de Deus e o Dedo de Nossa Senhora. Ponto mais alto do parque, a pedra do Sino, de 2.263 m, é acessível apenas para quem percorre uma trilha pesada. Chegar à pedra do Açu também requer muito esforço. Outro pico que empresta a sua silhueta à serra é o Dedo de Deus, de 1.692 m de altitude, muito procurado por alpinistas experientes.
Entre as trilhas que podem ser percorridas, há a Suspensa, a Mozart Catão, a Primavera e a Beija-Flor. A trilha Suspensa passa por um aqueduto abandonado e pode ser percorrida sem muito esforço.
Já a trilha Mozart Catão, batizada em homenagem ao alpinista brasileiro morto no Aconcágua em 1998 e que foi, com Waldemar Niclewicz, o primeiro brasileiro a atingir o cume do Everest, passa pelo mirante Alexandre Oliveira, de onde se avista Teresópolis.
A trilha Primavera, fácil de percorrer, é bem sinalizada, ideal para iniciantes. Quem se aventura pela trilha Beija-Flor deve encontrar esses pássaros pequenos e ágeis pelo caminho, mas a caminhada, de três quilômetros, faz o visitante lembrar que infelizmente não temos asas.
Para um bom mergulho, o parque tem dois lugares: o poço Verde, cujo acesso se dá a partir da sede Guapimirim, andando cerca de meia hora, e o poço da Preguiça, aonde se chega depois de caminhar apenas 15 minutos.

Cuidados especiais
Quem se aventura, além da companhia de um guia, não deve dispensar um velho par de tênis.
A sede e a subsede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos são acessíveis pela BR-116 (Rio-Bahia) para quem vem de São Paulo, do Rio ou de Niterói.
(SILVIO CIOFFI)


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