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TERE-FRI
Mato, picos e adrenalina rondam o parque
DO ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS E A NOVA FRIBURGO (RJ)
Criado em novembro de 1939
no governo de Getúlio Vargas, o
Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Estado do Rio de Janeiro,
tem 105 km2 e se caracteriza por
picos cujas altitudes variam de
1.100 m a 2.263 m. Consta que seu
nome vem da semelhança que esses picos têm com os tubos dos
órgãos das igrejas.
Coberto pela mata atlântica, dono de uma natureza que deixou os
colonizadores europeus boquiabertos e abrangendo os municípios de Teresópolis, Petrópolis,
Magé e Guapimirim, o parque é
considerado um paraíso dos
montanhistas, apresentando caminhadas de diversos graus de dificuldade e mirantes de onde se
avista até a baía da Guanabara.
Entre os animais facilmente
avistados na mata, estão o macaco
conhecido como monocarvoeiro,
o maior do continente americano,
porcos-do-mato, o gato-maracajá
e também os tatus.
Cachoeiras como a Véu da Noiva, de 35 m de queda, muito visitada pela família real brasileira na
época do Império, podem ser exploradas sem dificuldade, pois o
acesso se dá por uma trilha leve,
coberta de pedrinhas. A cachoeira
das Andorinhas, a dez minutos da
anterior, tem queda de 15 m e local onde é possível mergulhar.
Caminhos pouco suaves
Para conhecer o parque, convém estar acompanhado de um
guia. Para isso o visitante deve se
dirigir ao Centro de Visitantes
Von Martius, instalado no local
que foi sede de uma fazenda, ou
ao Centro de Visitantes Cenário
Verde, onde painéis mostram as
particularidades do local.
Entre os picos mais íngremes
estão a pedra do Sino, a pedra do
Açu, o Dedo de Deus e o Dedo de
Nossa Senhora. Ponto mais alto
do parque, a pedra do Sino, de
2.263 m, é acessível apenas para
quem percorre uma trilha pesada.
Chegar à pedra do Açu também
requer muito esforço. Outro pico
que empresta a sua silhueta à serra é o Dedo de Deus, de 1.692 m de
altitude, muito procurado por alpinistas experientes.
Entre as trilhas que podem ser
percorridas, há a Suspensa, a Mozart Catão, a Primavera e a Beija-Flor. A trilha Suspensa passa por
um aqueduto abandonado e pode
ser percorrida sem muito esforço.
Já a trilha Mozart Catão, batizada em homenagem ao alpinista
brasileiro morto no Aconcágua
em 1998 e que foi, com Waldemar
Niclewicz, o primeiro brasileiro a
atingir o cume do Everest, passa
pelo mirante Alexandre Oliveira,
de onde se avista Teresópolis.
A trilha Primavera, fácil de percorrer, é bem sinalizada, ideal para iniciantes. Quem se aventura
pela trilha Beija-Flor deve encontrar esses pássaros pequenos e
ágeis pelo caminho, mas a caminhada, de três quilômetros, faz o
visitante lembrar que infelizmente não temos asas.
Para um bom mergulho, o parque tem dois lugares: o poço Verde, cujo acesso se dá a partir da sede Guapimirim, andando cerca
de meia hora, e o poço da Preguiça, aonde se chega depois de caminhar apenas 15 minutos.
Cuidados especiais
Quem se aventura, além da
companhia de um guia, não deve
dispensar um velho par de tênis.
A sede e a subsede do Parque
Nacional da Serra dos Órgãos são
acessíveis pela BR-116 (Rio-Bahia) para quem vem de São Paulo,
do Rio ou de Niterói.
(SILVIO CIOFFI)
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