São Paulo, segunda-feira, 05 de agosto de 2002

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NOVELO CHINÊS

Visto com preconceito no Ocidente por causa de seu regime político, país aposta na história de mais de 4.000 anos para se tornar importante destino turístico

Desenrolamos a China

OTÁVIO DIAS
NA CHINA

A China dará o que falar. Com mais de 1,2 bilhão de habitantes (cerca de 1/5 da população mundial), uma das taxas de crescimento econômico mais altas do mundo (cerca de 8% ao ano) e crescente influência na Ásia, é um dos países que estarão no centro das atenções no século 21.
Apesar de representar uma das promessas das próximas décadas, o país continua sendo visto, por falta de informação, com boa dose de preconceito.
A China é um país governado por um regime ditatorial e desrespeitador dos direitos humanos, que busca se perpetuar no poder?
Ou é um país com um governo forte comprometido com um projeto geopolítico independente e obcecado pela idéia de um elevado crescimento, com o objetivo de, a médio prazo, melhorar significativamente o nível de vida de sua população?
É uma futura potência que representará uma ameaça para seus vizinhos? Ou será um dos alicerces de um mundo mais multilateral e menos dependente dos EUA?
São questões sem respostas fáceis. Ir até lá para ver o país com os próprios olhos é, sem dúvida, uma das maneiras mais estimulantes de reunir dados para compreendê-lo um pouco melhor.
É esse um dos principais objetivos de uma visita à China neste início do século 21. Não apenas conhecer uma das civilizações mais antigas do planeta, mas tentar entender de onde veio e para onde vai um país que tem tudo para ocupar um lugar cada vez mais central nos próximos anos.
Não é uma tarefa fácil. Os chineses, embora educados e atenciosos com o turista, ainda são um povo fechado. Também há uma certa dificuldade de comunicação, pois poucas pessoas falam inglês ou outra língua ocidental.
As dificuldades, no entanto, são amplamente superadas pelas surpresas. É emocionante, por exemplo, perceber a paixão dos chineses pelos exercícios matinais. A cada manhã, centenas de pessoas se reúnem em parques, praças ou até mesmo sob viadutos para exercitar o corpo e a mente.
E há muito mais coisas para descobrir nesse país que está se preparando para, dentro de 20 anos, estar no topo do ranking dos países mais visitados do mundo, superando os atuais líderes França, Estados Unidos e Espanha.



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