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NOVELO CHINÊS
Visto com preconceito no Ocidente por causa de seu regime político, país aposta na história de mais de 4.000 anos para se tornar importante destino turístico
Desenrolamos a China
OTÁVIO DIAS
NA CHINA
A China dará o que falar. Com
mais de 1,2 bilhão de habitantes
(cerca de 1/5 da população mundial), uma das taxas de crescimento econômico mais altas do
mundo (cerca de 8% ao ano) e
crescente influência na Ásia, é um
dos países que estarão no centro
das atenções no século 21.
Apesar de representar uma das
promessas das próximas décadas,
o país continua sendo visto, por
falta de informação, com boa dose de preconceito.
A China é um país governado
por um regime ditatorial e desrespeitador dos direitos humanos,
que busca se perpetuar no poder?
Ou é um país com um governo
forte comprometido com um
projeto geopolítico independente
e obcecado pela idéia de um elevado crescimento, com o objetivo
de, a médio prazo, melhorar significativamente o nível de vida de
sua população?
É uma futura potência que representará uma ameaça para seus
vizinhos? Ou será um dos alicerces de um mundo mais multilateral e menos dependente dos EUA?
São questões sem respostas fáceis. Ir até lá para ver o país com
os próprios olhos é, sem dúvida,
uma das maneiras mais estimulantes de reunir dados para compreendê-lo um pouco melhor.
É esse um dos principais objetivos de uma visita à China neste
início do século 21. Não apenas
conhecer uma das civilizações
mais antigas do planeta, mas tentar entender de onde veio e para
onde vai um país que tem tudo
para ocupar um lugar cada vez
mais central nos próximos anos.
Não é uma tarefa fácil. Os chineses, embora educados e atenciosos com o turista, ainda são um
povo fechado. Também há uma
certa dificuldade de comunicação, pois poucas pessoas falam inglês ou outra língua ocidental.
As dificuldades, no entanto, são
amplamente superadas pelas surpresas. É emocionante, por exemplo, perceber a paixão dos chineses pelos exercícios matinais. A
cada manhã, centenas de pessoas
se reúnem em parques, praças ou
até mesmo sob viadutos para
exercitar o corpo e a mente.
E há muito mais coisas para descobrir nesse país que está se preparando para, dentro de 20 anos,
estar no topo do ranking dos países mais visitados do mundo, superando os atuais líderes França,
Estados Unidos e Espanha.
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